Governo estuda novo pagamento antecipado ao FMI este ano
Novo pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional ajudaria a descer os encargos com juros já que Portugal paga juros de 4,3% ao FMI.
O Ministério das Finanças está a estudar avançar com um novo pagamento antecipado ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para ajudar a descer os encargos com juros tendo em conta a diferença entre o custo deste empréstimo contraído no âmbito do pedido de ajuda financeira e os valores exigidos agora pelo mercado quando Portugal faz emissões de dívida, avança este sábado o Dinheiro Vivo (acesso livre).
No entanto, “a solicitação de um novo pedido de autorização para reembolso antecipado do empréstimo ao FMI terá de ser equacionada juntamente com outras alternativas, no âmbito da gestão da dívida pública“, disse fonte oficial das Finanças ao Dinheiro Vivo. Ou seja, é pedido aos restantes credores oficiais (os fundos europeus que também participaram no empréstimo da troika) autorização para dar prioridade ao FMI no pagamento.
O Fundo liderado por Christine Lagarde é responsável por um terço do valor global que Portugal pediu emprestado e, de todos os credores, é aquele que cobra os juros mais elevados (4,3%, contra os 1,8% do empréstimo da zona euro), o que explica a estratégia da Governo português de querer antecipar o reembolso deste empréstimo indo ao mercado para emitir nova dívida que agora exige juros muito mais baixos — cerca de 2,1% para Obrigações do Tesouro a dez anos, por exemplo.
Segundo a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), Portugal ainda deve 4,66 mil milhões de euros ao FMI, ou seja, o equivalente a mais de 2,3% do PIB. Isto significa que o país já pagou 83% do empréstimo ao FMI e prepara-se para regressar aos mercados na próxima quarta-feira, dia de feriado da Assunção de Nossa Senhora, 15 de agosto, para tentar obter até mil milhões de euros em títulos de dívida de curto prazo.
Estes reembolsos antecipados têm reflexo imediato na dívida pública. A dívida caiu para 246,7 mil milhões de euros em junho deste ano, o que representa uma redução de 3,6 mil milhões relativamente ao mês anterior, depois de no mês anterior, o Tesouro português ter devolvido aos mercados mais de 6,6 mil milhões de euros, montante relativo a uma linha de obrigações que foi emitida há dez anos.
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