As contas vermelhas do Sporting. 19,9 milhões de prejuízo e falência técnica

Administração do Sporting revela contas em dia de eleições, sem direito a discussão dos candidatos. E são (muito) vermelhas. Sporting regressa a situação de falência técnica.

No dia de eleições, o conselho de administração da SAD do Sporting liderado por Sousa Cintra revela as contas do último ano, terminado em 30 de junho, e o tom é… vermelho. O Sporting apresentou um prejuízo de 19,9 milhões de euros e capitais próprios a afundar, ou seja, um ano de regresso à falência técnica. É a herança de Bruno de Carvalho ao novo presidente.

De acordo com o relatório e contas enviado à CMVM já esta madrugada, precisamente no dia em que há eleições e, portanto, tornando impossível a discussão informação da real situação financeira do clube, o ano de 2017/18 foi muito negativo. Em termos globais, o volume de negócios do Sporting totalizou os 126 milhões de euros, dos quais 34 milhões com venda de jogadores. No ano anterior, a faturação da SAD foi de 173 milhões. E o resultado líquido foi negativo, em quase 20 milhões de euros. O que foi a consequência? A SAD do Sporting está em falência técnica, com os capitais próprios a apresentarem um valor negativo de 13,3 milhões de euros. Uma evolução que a gestão justifica com “o investimento efetuado no plantel”.

Este quadro vem de alguma maneira confirmar o que, por exemplo, foi sendo dito especialmente por um dos candidatos, José Maria Ricciardi, sobre a urgência financeira do clube e da Sociedade anónima até ao final do ano. O candidato da Lista B foi o que pôs a reestruturação financeira do Sporting no primeiro lugar das prioridades, e falou na necessidade, até ao final do ano, de mais de 120 milhões de euros de tesouraria. Depois, um membro do conselho de fiscalização do Sporting também confirmou estes números, mas foi depois desmentido por um comunicado de Sousa Cintra, o presidente do Conselho de administração da SAD que sucedeu a Bruno de Carvalho, destituído em assembleia geral mesmo no fim do ano fiscal dos clubes, antes de 30 de junho.

A saída do… ‘vermelho’ está dependente de dois fatores críticos, como é reconhecido no próprio relatório. E vai estar nas mãos da nova direção e da nova administração do clube e da SAD respetivamente, com um prazo muito apertado. Além da necessidade de garantir a cobertura do défice de tesouraria de exploração, da ordem dos 60 milhões de euros, é preciso concretizar o princípio de acordo realizado com o Novo Banco e o BCP em abril deste ano, e só aqui estão em causa mais de 30 milhões de euros, com a recompra dessa dívida por uma entidade terceira. E é necessário garantir o empréstimo obrigacionista, também de 30 milhões, que vence em novembro.

Ainda assim, e apesar destes resultados económicos e financeiros, e também dos ressaltos desportivos aquém do definido no ano anterior, o que destaca Sousa Cintra no relatório entregue à CMVM e já disponível para os investidores (e para uma leitura dos sócios antes de votarem)?

  • Rescisão unilateral sem justa causa de nove jogadores do plantel principal de futebol
  • Regresso de três jogadores com impacto positivo de 18 milhões de euros no resultado e no ativo intangível – plantel
  • Volume de negócios anual de 126 milhões de euros
  • Resultado líquido negativo de 19,9 milhões de euros
  • Redução do passivo global de 311 milhões para 283 milhões de euros

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