Fed: Economia cresceu a um “ritmo moderado”. Empresas preocupadas com tensões comerciais

A economia norte-americana cresceu a um “ritmo moderado”, afirma a Reserva Federal (Fed) no seu Livro Bege, publicado esta quarta-feira. Dos 12 Estados incluídos, três reportaram um crescimento mais fraco no mês de agosto — St. Louis, Filadélfia e Kansas. Ainda que a economia tenha revelado um desempenho positivo, ficou marcada por “alguns sinais de desaceleração” nos preços dos produtos e dos serviços finais.

Os governadores federais reportaram ao banco central norte-americano que a escassez de trabalhadores e as crescentes tensões comerciais entre a China e os Estados Unidos continuam a ser as maiores preocupações para as empresas, adianta o MarketWatch (conteúdo em inglês). “A maioria dos Estados notou uma preocupação e incerteza devido às tensões comerciais — não apenas entre os fabricantes”, lê-se no relatório.

As empresas dizem-se prejudicadas, uma vez que essas tarifas impostas pelos dois países forçam-nas a lidar com o aumento dos custos de produção. Algumas chegaram mesmo a reduzir ou a adiar investimentos devido a estas preocupações. Para além disso, a falta de trabalhadores foi-se espalhando pelos setores altamente qualificados até aos pouco qualificados.

O emprego cresceu de forma “moderada” em quase todo o país, embora o estado de Dallas tenha sentido um maior crescimento nesse campo. Seis dos 12 Estados relataram casos em que a escassez de mão-de-obra limitava as vendas ou atrasava o comércio. O crescimento salarial foi caracterizado, maioritariamente, como “modesto ou moderado”, embora alguns Estados citassem aumentos salariais acentuados nos trabalhadores da construção civil. Houve mesmo empresas a recorrer cada vez mais a benefícios — férias, horários flexíveis e bónus salariais –, para atrair e reter trabalhadores.

Relativamente aos preços dos produtos e serviços, estes continuaram a subir a um ritmo moderado na maioria dos Estados, embora houvesse alguns sinais de “desaceleração”.

A Fed elevou as taxas de juro duas vezes este ano e espera-se que estas aumentem novamente na próxima reunião de política monetária, que vai acontecer a 25 e 26 de setembro.

(Notícia atualizada às 20h13 com mais informação.)