Lusovini monta campo de ensaio de produção de uvas de mesa em Angola
Com sede em Nelas, no distrito de Viseu, este grupo produtor e distribuidor de vinhos portugueses quer investir meio milhão de dólares para estudar, ao longo de dois anos, o comportamento das videiras
A Lusovini – Vinhos de Portugal anunciou esta sexta-feira que vai montar um campo de ensaio de produção de doze variedades de uvas de mesa na região de Viana, em Angola, ainda durante este ano.
“O campo de ensaios representa um investimento de meio milhão de dólares (427 mil euros) para, ao longo de dois anos, estudarmos o comportamento das videiras que queremos plantar neste ‘terroir’”, explicou o presidente da Lusovini, Casimiro Gomes.
Com sede em Nelas, no distrito de Viseu, este grupo produtor e distribuidor de vinhos portugueses tem empresas próprias nos Estados Unidos da América, em Angola, em Moçambique e no Brasil e um escritório de representações na China (Macau).
“Quando passarmos para a produção em larga escala, e se o mercado da exportação responder bem, o nosso investimento neste projeto agrícola poderá ir até aos dez milhões de dólares (8,5 milhões de euros)”, avançou Casimiro Gomes.
Quando passarmos para a produção em larga escala, e se o mercado da exportação responder bem, o nosso investimento neste projeto agrícola poderá ir até aos dez milhões de dólares.
O campo de ensaio será montado em Kikuxi, uma zona agrícola situada na província de Luanda, e servirá para testar o comportamento das uvas e dos porta-enxertos naquele clima subtropical.
Depois de estudadas e apuradas as variedades que dão melhores resultados, a Lusovini “plantará e explorará vinhas em grande escala numa herdade de 800 hectares nas margens do Rio Lwei, afluente do Rio Kwanza”, que é propriedade de um parceiro local.
O grupo está em Angola desde 2010, através Lusovini Angola, uma empresa distribuidora de direito local. Segundo Casimiro Gomes, “a Lusovini mantém há oito anos uma relação de grande estabilidade e confiança com o mercado angolano e com os seus agentes”. “Nunca parámos de investir, mesmo nos anos difíceis e, sobretudo, estivemos sempre empenhados em criar estruturas e serviços para servir com mais qualidade os clientes de Angola, que são cada vez mais sofisticados e exigentes”, frisou.
A Lusovini manteve o fornecimento normal à distribuição, restauração, hotelaria, cafés e similares em todo o território e, apesar dos anos difíceis, afirmou vários dos seus vinhos junto do público consumidor, destacando-se as marcas Pedra Cancela (Dão) e Sericaia (Alentejo).
Este verão, criou uma nova empresa, a Lusovini Agro, que irá desenvolver os investimentos agrícolas do grupo no país.
Com os investimentos agrícolas agora anunciados para a província de Luanda, a Lusovini quer produzir uvas de mesa em duas vindimas por ano que ocorram nos meses em que não há uvas nem no hemisfério Norte, nem no hemisfério Sul, ou seja, maio, junho e julho, e novembro, dezembro e janeiro. “As primeiras produções terão como destino o mercado de Angola, mas, se tudo correr bem, como esperamos, rapidamente passaremos a exportar boa parte na produção”, avançou Casimiro Gomes.
A procura pela oportunidade nos mercados internacionais é, segundo o presidente do grupo, uma das razões para que os investimentos sejam feitos na província de Luanda, “devido às melhores condições logísticas e à proximidade do porto e do aeroporto de Luanda”.
A maior parte das exportações será feita em contentores refrigerados. No entanto, em alturas como, por exemplo, o Natal, o transporte por avião “poderá tornar-se viável e competitivo”.
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