China cancela conversações sobre tarifas com os EUA
A China cancelou as conversações com os EUA e não deve reunir-se com as autoridades até depois das eleições intercalares de novembro. Em causa, as tensões comerciais entre os dois países.
A China cancelou as conversações previstas com os Estados Unidos sobre as tarifas alfandegárias e não deve reunir-se com as autoridades norte-americanas até depois das eleições intercalares de novembro, noticia a Bloomberg este sábado. De acordo com a agência, que cita pessoas conhecedoras dos planos, os responsáveis chineses recuaram na ideia de se reunir com os norte-americanos na próxima semana.
Para além de novas tarifas que abrangem 200 mil milhões de dólares de bens chineses, que vão entrar em vigor na segunda-feira, a decisão do Departamento de Estado dos EUA de decretar sanções contra a China contribuiu para o cancelamento da reunião, explica a Bloomberg, que acrescenta não haver ainda uma posição oficial de Pequim. “Seria como ir lá a pedir um insulto se a China avançasse com as negociações depois de os EUA terem anunciado nas sanções e tarifas”, comentou Shi Yinhong, professor de Relações Internacionais da Universidade chinesa de Renmin.
Na terça-feira, Pequim anunciou a imposição de novas taxas alfandegárias a bens norte-americanos que representam 60 mil milhões de dólares (51 mil milhões de euros) de importações anuais na China, em resposta ao anúncio norte-americano no mesmo sentido. “Se os Estados Unidos insistirem em aumentar ainda mais as suas taxas alfandegárias, a China responderá do mesmo modo”, adiantou o governo chinês num comunicado divulgado pelo Ministério das Finanças.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na segunda-feira novas taxas alfandegárias sobre um total de 200 mil milhões de dólares (171 mil milhões de euros) de importações oriundas da China, cerca de 40% das importações vindas deste país. O executivo de Pequim já tinha manifestado a sua perplexidade com as “novas incertezas” decorrentes do anúncio feito enquanto decorrem negociações entre a China e os Estados Unidos para regular o seu diferendo comercial.
Em junho passado, Trump impôs taxas de 25% sobre 50 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros) e Pequim retaliou com impostos sobre o mesmo montante de bens importados dos Estados Unidos.
De acordo com o comunicado da Casa Branca, as novas taxas “começam a vigorar em 24 de setembro e serão de 10% até ao final do ano. Em 01 de janeiro, as taxas serão elevadas para 25%”. “Se a China tomar medidas de represália contra os nossos agricultores ou outras indústrias, vamos aplicar imediatamente a Fase 3, isto é, taxas alfandegárias sobre cerca 267 mil milhões de dólares de importações suplementares”, adianta Trump no mesmo comunicado.
China chama embaixador dos EUA após sanções impostas contra exército
O Governo chinês chamou este sábado o embaixador dos Estados Unidos em Pequim, Terry Branstad, para protestar contra as sanções de Washington ao exército chinês, anunciou o jornal Global Times.
Em causa, estão a sanções impostas pelo Governo norte-americano ao Equipment Development Department (EDD), responsável pelas armas e equipamentos do exército chinês, e ao seu diretor, Li Shangfu, por ter comprado armamento à empresa Rosoboronexport, exportadora russa de armamento, que já havia sido sancionada por Washington. Com estas sanções, a empresa chinesa fica impedida de fazer transações financeiras nos EUA e de exportar produtos.
Na sexta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Geng Shuang, pediu aos EUA a retirada das sanções, sublinhando que as mesmas violam as normas internacionais e afetam a relação entre os dois países.
(Notícia atualizada às 17h17 com mais informações)
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