As tendências que vão marcar a indústria dos seguros
A tecnologia está a revolucionar o mercado dos seguros, abrindo a porta para novos concorrentes totalmente digitais - InsurTech - e com oferta de produtos feitos à medida do cliente.
É inevitável, a tecnologia está a revolucionar o mercado e, com isso, também o nosso comportamento enquanto consumidores. Com o surgimento de inovações, o setor segurador tem feito esforços para estar a par das tendências a nível global.
Mas estará Portugal a acompanhar as tendências europeias? O ECO contactou a Autoridade de Seguros e Pensões Europeia (denominada pela sigla inglesa EIOPA) para perceber qual tem sido o caminho da indústria a nível global, e no velho continente. Os responsáveis da EIOPA remeteram para um estudo realizado pelo comité das autoridades de supervisão europeias, The Joint Committee of the European Supervisory Authorities, que destaca a digitalização e a customização como as grandes tendências, e que estas serão possíveis através — entre outras tecnologias –, do Big Data Analytics. Segundo o estudo, esta tecnologia oferece diversos benefícios, tanto para a indústria como para os consumidores, tornando possível a criação de produtos customizados, prevenir situações de fraude e também melhorar a gestão das seguradoras, tornando-a mais eficiente.
Um outro relatório também enviado para o ECO pela EIOPA confirma a presença cada vez maior da tecnologia na cadeia de valor dos seguros, com maior enfoque nos canais de distribuição, o que tem obrigado muitas seguradoras bem estabelecidas no mercado a inovar e a criar parcerias com grandes companhias tecnológicas e InsurTech, com o objetivo de se tornarem mais competitivas e, graças a isso, fidelizarem os clientes.
Caminha-se cada vez mais para a incorporação da tecnologia nos produtos tradicionais como, por exemplo, usar a telemática na saúde, automóveis e ainda nos seguros à habitação. “Há uma tendência para seguros temporários e pay-per-use que oferecem preços mais baixos e maior transparência do produto para o consumidor final, bem como seguros com base em aparelhos telemáticos para casa que permitem um controlo em tempo real e através de aplicação de telemóvel”, adiantou Cristina Gamito, Partner, Insurance Leader da Deloitte Portugal.
Questionada pelo ECO sobre as tendências para o setor segurador, a associação de seguradoras europeia, Insurance Europe, remeteu para um estudo recente que aborda a importância dos dados (data) para esta indústria e o grande valor que poderão ter para a criação de novos produtos personalizados para o cliente, como por exemplo, o seguro automóvel. Com a revolução tecnológica e com a possibilidade de, muito em breve, os próprios automóveis poderem ser autónomos, isso irá obrigar a uma reestruturação não apenas do seguro em si, mas também das leis associadas a um acidente rodoviário.
Os líderes na tecnologia dos seguros
Alguns países têm-se distinguido pelo forte investimento em tecnologia na indústria dos seguros. O relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), denominado Financial Markets, Insurance and Pensions – Digitalisation and finance, revela que os países que mais se destacaram no desenvolvimento de InsurTech foram os EUA, seguindo-se a Alemanha, o Reino Unido, China e Índia.
“Assistimos a novos produtos, tanto na América do Norte e Ásia como no norte da Europa, com uma adesão muito significativa por parte dos consumidores. Por exemplo, seguradoras totalmente digitais com ofertas de seguros de furto e viagem para telemóveis, tablets, smartwatches, ou qualquer outro objeto pessoal”, acrescentou a responsável da Deloitte Portugal. E são exemplos como estes que têm também estado no radar nas seguradoras que atuam no mercado português, até porque muitas já fazem parte de grupos globais ou estão presentes noutros mercados.
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