Lisboa vai ser a “escolha número um” para investir em imobiliário na Europa
Lisboa vai destacar-se no próximo ano no setor imobiliário, ultrapassando grandes cidades como Berlim ou Dublin. A qualidade de vida e "imóveis relativamente baratos" são alguns dos pontos fortes.
O bom momento que o mercado imobiliário nacional está a atravessar vai continuar. E, de acordo com um estudo da PwC e do Urban Land Institute, para o próximo ano, período em que a procura pelo imobiliário europeu vai ser primordial, Lisboa será a “escolha número um” da Europa para investir no imobiliário. A qualidade de vida, «os “imóveis relativamente baratos” e os “retornos extraordinários” que oferece fizeram a capital portuguesa disparar no ranking.
“A procura por rendimentos seguros no próximo ano vai ser primordial em todo o setor imobiliário europeu“, começa por referir o estudo Emerging Trends in Real Estate. A maioria dos investidores na Europa procuram, acima de tudo, preservar o seu capital. “Não procuram altos retornos, mas sim segurança”, diz o diretor do European Investment Bank (EIB), citado no documento, numa altura em que proliferam riscos. O principal é a instabilidade política internacional.
"A procura por rendimentos estáveis e seguros no próximo ano vai ser primordial em todo o setor imobiliário europeu.”
É neste sentido que os imóveis ganham vantagens sobre outras classes de ativos. E não necessariamente apartamentos nas grandes cidades do Velho Continente. As atenções dos investidores imobiliários estão a virar-se para cidades menores e dinâmicas, diz o estudo em que Lisboa dá um salto no ranking das cidades de eleição.
As dez principais cidades para investir neste mercado são uma “mistura de recém-chegadas de menor dimensão e maiores mercados já experimentados e testados”. Assim, para o próximo ano, e depois de ter ficado fora do top 10 em 2018, Lisboa para a ser a “escolha número um” para investir. Superou todas as outras capitais europeias, afastado Berlim do topo da tabela.
Melhores cidades para investir no imobiliário
“A economia portuguesa está a crescer a um ritmo saudável e a sua capital é agora um destino internacional para empresas, investidores e turistas”, diz a PwC. “Todos estão a falar de Lisboa agora”, afirma um investidor de private equity, citado no estudo. E, embora seja classificada como um “mercado pequeno, está a oferecer retornos extraordinários”.
"A economia portuguesa está a crescer a um ritmo saudável e a sua capital é agora um destino internacional para empresas, investidores e turistas.”
Esta fama e este crescimento que Lisboa tem vindo a ter são impulsionados pela procura por parte de empresas internacionais que procuram expandir-se para outros mercados. “Portugal tornou-se num local popular para fixar centros de serviços. É uma combinação de mão-de-obra e imóveis ainda relativamente baratos e com uma excelente qualidade de vida“, disse um especialista, explicando que os inquilinos têm de competir por imóveis e a oferta é reduzida.
Para além disso, a capital está também a beneficiar da “fama” que Barcelona tem vindo a perder, levando mesmo vários investidores a mudarem o seu capital da Catalunha para o país vizinho. Como explica um especialista, citado no estudo, “no pico anterior, o mercado [português] era principalmente constituído por fundos imobiliários nacionais e alemães que procuravam, essencialmente, o mesmo tipo de produto”. Mas, atualmente, “existe uma diversidade bastante grande de capital: em termos de origem, perfil de risco e classe de ativos“.
No mesmo estudo, a PwC inquiriu os entrevistados a pontuar as cidades numa escala de um a cinco, em que um é “muito mau” e cinco é “excelente”. Ordenando todas as pontuações num ranking, Lisboa volta a estar no topo, com uma média de 4,27 pontos em investimento (à frente de Dublin e Berlim) e 4,19 pontos em desenvolvimento (à frente de Berlim e Frankfurt).
Evolução do investimento imobiliário em Lisboa
Em termos de mudanças nos valores dos arrendamentos no próximo ano face a este, os inquiridos atribuíram pontos dentro da mesma escala, em que um significa “diminuir substancialmente” e cinco significa “aumentar substancialmente”. Nesta tabela, Lisboa desce para a segunda posição, com uma pontuação média de 3,98 pontos, ou seja, o esperado é que as rendas aumentem. A liderar a tabela está Berlim, com uma média de 4,01 pontos.
Mas, se no mercado residencial o cenário é positivo, no mercado de escritórios o futuro poderá não ser tão risonho. Este boom que existe atualmente em Lisboa é um “problema” para o setor porque intensificou a escassez de escritórios. “Vai haver escassez na oferta nos próximos dois ou três anos, certamente”, diz um especialista nacional, citado no estudo. Consequentemente, poderá haver mais oportunidade de especulação.
"Vai haver uma oferta insuficiente de escritórios [em Lisboa] nos próximos dois ou três anos, certamente.”
Já no setor do retalho, o cenário é, de uma maneira geral, positivo. “Portugal tem uma baixa penetração de internet, um turismo de sucesso e uma população que gosta de fazer compras”, remata o estudo.
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