“São milhares de milhões”. Carlos César junta-se a Centeno no apelo para travar “euforia despesista” no OE
"Não seria possível aprovar as propostas [de alteração ao OE2910] com um mínimo de racionalidade e de sentido de responsabilidade", disse Carlos César.
O líder parlamentar do PS pediu esta quarta-feira “responsabilidade” e “racionalidade”, sobretudo aos parceiros de esquerda, em relação às mil propostas de alteração ao Orçamento, alegando estarem em causa “milhares de milhões de euros” de acréscimo de despesa.
Carlos César transmitiu este apelo numa conferência de imprensa, na Assembleia da República, destinada a apresentar o programa das Jornadas Parlamentares do PS, que se realizam entre sexta-feira e domingo, no Algarve. Interrogado sobre como está a bancada socialista a preparar o debate e as votações na especialidade da proposta de OE2019, Carlos César começou por referir que “confia muito” na aprovação final global da proposta do Governo.
“Mas, evidentemente, temos algumas preocupações em relação a muitas das votações que decorrerão na especialidade. Quando existe quase um milhar de propostas de alteração ao Orçamento, é inverosímil que se conheça o desfecho de todas essas propostas”, referiu.
Carlos César vem assim dar respaldo ao apelo do ministro das Finanças contra a “euforia despesista” num momento em que estão sobre a mesa 996 propostas de alteração ao Orçamento do Estado. Num artigo de opinião publicado no ECO, Mário Centeno frisou que “a discussão em torno das opções económicas, financeiras e orçamentais deve ser aberta na procura das melhores soluções. Isso reforça o capital social do país. Mas o equilíbrio das opções deve estar sempre presente. Não podemos apenas considerar um lado da balança, seja aprovar aumentos de despesa ou reduções de receita. Ao elegermos essas medidas temos que promover o equilíbrio responsável que nos trouxe até aqui”.
De acordo com o presidente do Grupo Parlamentar do PS, espera-se de todos os partidos, “em particular daqueles que apoiaram a investidura do Governo – e que apoiam o Governo, caso do PS -, que assumam todas as responsabilidades”. “Nesse sentido, confiamos nos partidos em geral: É preciso que haja racionalidade e sentido de responsabilidade. Se fizermos as contas a todas essas propostas de alteração, estamos em presença de milhares de milhões de euros de acréscimo de despesa”, advertiu.
Neste contexto, Carlos César salientou que “não seria possível aprovar essas propostas com um mínimo de racionalidade e de sentido de responsabilidade”. “Falamos com todos os partidos políticos, em especial com aqueles com que temos maior proximidade no quadro desta legislatura”, acrescentou, numa alusão ao Bloco de Esquerda, PCP e PEV.
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