Salários dos gestores imunes à crise. Subiram 5% entre 2008 e 2016

  • ECO
  • 2 Dezembro 2018

A crise financeira que explodiu em 2008 não afetou as remunerações dos grandes gestores portugueses, revela estudo. De facto, os salários em causa cresceram, em média, 5,38% ente 2008 e 2016.

As remunerações dos gestores portugueses não variam consoante os resultados das empresas que lideram, mas de acordo com um conjunto de outro fatores que nada têm a ver com a evolução do negócio. A conclusão é de Joana Real, autora da tese de mestrado em Finanças (aprovada esta semana na Faculdade de Economia do Porto, sob orientação de Jorge Farinha) que analisou as contas de 2008 a 2016 das empresas cotadas na bolsa lusitana. O estudo é citado, este domingo, pelo Público (acesso condicionado).

De acordo com a tese de Real (a primeira a abarcar o período da crise de 2008), o descalabro financeiro registado nesse período não fez alterar as remunerações dos grandes gestores do país. De facto, em média, esses responsáveis saíram da crise melhor do que estavam antes, isto é, viram os seus salários engordar 5,36% de 2008 a 2016.

Além disso, a remuneração dos gestores atingiu um pico, tocando nos 550.620 euros, no ano em que o Governo pediu ajuda externa (2011).

Uma das possíveis explicações para esta evolução pode ser, aponta o estudo, o diferimento de remuneração variável, que é indexada aos resultados das empresas e só é paga anos mais tarde. Ao Público, Jorge Farinha diz que esta é uma boa prática e lamenta que ainda haja empresas que não a sigam. Entre as empresas que seguem esta lógica, estão a Sonae e a EDP.

A propósito, de acordo com os dados mais recentes, o gestor com uma maior remuneração das cotadas no PSI-20 é António Mexia. O presidente da EDP auferiu um total de 2,22 milhões de euros no ano passado.

Em média, em 2017, os presidentes executivos das empresas em causa receberam cerca de 900 mil euros, o que representou uma subida de 9% face ao período homólogo.

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