TAP vai pagar 120 milhões de euros da sua dívida a partir de março

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2018

A TAP vai pagar 120 milhões de euros do total de 600 milhões de dívida, começando, a partir de março, a pagar uma média de 10 milhões de euros mensais.

A TAP vai pagar 120 milhões de euros de dívida, começando, a partir de março, a pagar uma média de 10 milhões de euros mensais, disse esta quinta-feira o presidente executivo (CEO) da transportadora aérea, Antonoaldo Neves.

Num encontro com jornalistas, em Lisboa, o CEO referiu que as instituições bancárias “querem emprestar dinheiro à TAP”.

“Nós fizemos operações de dívida de carta de crédito de financiamento de aeronaves de mais de mil milhões de euros nos últimos 12 meses”, garantiu o gestor, referindo haver bancos que, pela primeira vez, avançaram financiamento, incluindo no Brasil e nos Estados Unidos.

“A TAP tem crédito, vai honrar com o crédito e vai pagar o crédito. É um desafio enorme”, resumiu.

Em outubro de 2017, David Neeleman, acionista de referência através do consórcio Atlantic Gateway, informou que a dívida de 600 milhões de euros da TAP começaria a ser abatida em novembro de 2018, com o pagamento de 10 milhões de euros mensais.

O empresário recordou que, aquando da privatização da companhia portuguesa, foram injetados 338 milhões de euros e assumida a dívida de 600 milhões de euros, “principalmente a bancos portugueses”.

A Atlantic Gateway detém 45% da TAP, o Estado, através da Parpública, 50%, e nas mãos dos trabalhadores estão 5% do capital.

TAP deve aumentar “antes do verão” frequências para Angola

A TAP deverá aumentar o número de ligações entre Portugal e Angola, entre duas e três, “antes do verão”, segundo o presidente executivo da companhia, que informou ainda ter recuperado “quase 70% dos recursos” que estavam no país.

O reforço será “entre duas a três frequências, ainda não está definido”, referiu Antonoaldo Neves, num encontro de jornalistas, em Lisboa, no qual David Neeleman, um dos acionistas de referência, lembrou haver atualmente sete frequências.

“O anúncio da frequência surge com a receção de [novas] aeronaves. Precisamos de aeronaves para o fazer. A data indicativa para o fazer é antes do verão, para ter no verão mais frequências. Mas é indicativo”, disse.

Sobre a transferência de divisas, o CEO referiu que se conseguiu repatriar “quase 70% dos recursos” que estavam em Angola.

A operação “deu um conforto muito grande de que nós operamos num país onde a repatriação é um processo normal”.

“Hoje é uma operação totalmente normal, quando no passado não havia autorização na frequência que há este ano para repatriar os recursos que são necessários para pagar todos os investimentos que temos aqui”, notou o gestor.

Em setembro, os governos de Portugal e de Angola assinaram uma convenção para acabar com a dupla tributação e um memorando para o início de um processo de regularização das dívidas a empresas nacionais, no âmbito da visita oficial do primeiro-ministro, António Costa, a Angola.

Fonte diplomática referiu na altura à Lusa que o montante global de dívidas estimado no mínimo (embora não oficialmente) seria entre os 400 e os 500 milhões de euros, e que na situação específica da TAP, fora dos processos de regularização, teria recuperado 440 dos 540 milhões de dólares norte-americanos em atraso.

Em julho, o ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), Augusto Santos Silva, afirmava que o Governo angolano estava a tomar medidas para permitir o acesso de empresas portuguesas a divisas internacionais, devendo resolver “brevemente” o problema da TAP.

Em relação à transferência de divisas, o MNE destacou o papel “muito importante” do Banco Nacional de Angola, que “tem tomado medidas” para que as empresas que tinham receitas retidas por dificuldade de acesso a divisas internacionais vejam o seu problema resolvido.

“É designadamente o caso da TAP, disse o ministro, acrescentando que Angola previa que o processo relativo à companhia aérea estivesse “finalizado muito brevemente”.

O jornal Público noticiou, em abril, que a transportadora aérea tinha mais de 120 milhões de euros retidos em Angola, na maioria aplicados em títulos de dívida de curto prazo para proteger o dinheiro retido por dificuldades na obtenção de divisas para a expatriação do capital.

Algumas companhias, nomeadamente a portuguesa TAP, já tinham restringido o pagamento em moeda nacional angolana (kwanza) a viagens apenas com origem em Luanda, devido à falta de divisas para repatriar os dividendos.

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