Horta Osório pede “pacto suprapartidário” para o problema da demografia
Presidente do Lloyds Bank vê um problema no crédito malparado, mas também na dívida pública. Mas o desafio mais complicado é mesmo o demográfico.
O presidente do Lloyds Bank, António Horta Osório, alerta para os riscos da economia em Portugal e sugeriu um “pacto suprapartidário” para o problema demográfico do país nas próximas décadas.
“O país como um todo tem que reduzir a dívida pública, mas também a dívida global”, afirmou o banqueiro, numa sessão organizada pelo CDS-PP, em Lisboa, que encerrou a iniciativa “Ouvir Portugal”.
Nos primeiros minutos, Horta Osório mostrou gráficos nos ecrãs da sala da Gare Marítima da Rocha de Conde Óbidos para dizer que “Portugal recuperou de maneira significativa” da crise dos últimos anos, nomeadamente reduzindo o desemprego.
Embora também tenha alertado para o facto de o país ter crescido em termos económicos mais do que países como Espanha ou a Grécia.
No entanto, alertou ser necessário reduzir a dívida pública, que é hoje ainda muito alta dirigindo-se a uma plateia onde estavam a líder do CDS, Assunção Cristas, e o seu antecessor, Paulo Portas, entre dirigentes, militantes e simpatizantes do partido.
O país como um todo tem que reduzir a dívida pública, mas também a dívida global.
Depois, alertou para os riscos que o país enfrenta, entre eles o problema do crédito malparado, a níveis elevados, e também quanto à divida total do pais, que não para de aumentar – de 265% em 2007 para 293% do PIB no terceiro trimestres de 2018.
O desafio mais complicado é mesmo o demográfico, nas palavras de António Horta Osório, dado que, se nada for feito, a população em Portugal baixará para níveis da década de 1960.
“A questão intergeracional é muito importante e é suprapartidária”, disse.
Para tentar responder ao desafio da demografia, o presidente do Lloyds Bank apontou três cenários, a começar pelo aumento da taxa de natalidade, que leva tempo, atrair de volta os jovens que deixaram o país e atrair estrangeiros com incentivos que não sejam fiscais, por exemplo, pela compra de casa.
O ciclo de debates “Ouvir Portugal”, iniciado há quase um ano e meio e descentralizado pelos 18 distritos e duas regiões autónomas, em que foram ouvidas mais de 100 personalidades, resulta agora em “120 propostas inovadoras”, de acordo com o comunicado dos centristas.
As propostas vão ser entregues ao coordenador do programa eleitoral do CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes, que se demitiu de vice-presidente do partido e é um dos oradores no encontro de hoje, intervindo antes de Assunção Cristas.
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