Tensão em Itália com Monte dei Paschi a afundar 12% em bolsa

Referendo do próximo domingo vai ditar a sobreviência de Renzi no Governo, deixando investidores nervosos quanto àquilo que poderá vir a acontecer nos dias seguintes. Oito bancos estão em risco.

As ações do problemático Monte dei Paschi estão a afundar mais de 12% para 17,56 euros esta manhã na bolsa italiana. A banca italiana segue sob intensa pressão vendedora com os investidores bastante avessos ao risco que representa o setor financeiro daquele país. Há referendo no próximo domingo, dia 4 de dezembro, e tudo pode acontecer. No pior dos cenários oito bancos vão à falência. Tempo para guardar as fichas, dizem os analistas.

O Financial Times adiantou no fim de semana que oito bancos podem estar em risco de colapso caso o “Não” vença no referendo à Constituição. Entre as implicações que terá no sistema político italiano, a curto-prazo significará o fim de Matteo Renzi enquanto primeiro-ministro italiano. A transição para um novo governo vai complicar os planos de recapitalização dos vários bancos em stress para reforçar a sua posição financeira.

Quais são os oito bancos em risco? Monte dei Paschi, bancos médios como o Popolare di Vicenza, Veneto Banca e Carige; outros quatro pequenos bancos foram intervencionados no ano passado: Banca Etruria, CariChieti, Banca delle Marche e o CariFerrara, adiantaram várias fontes oficiais ao diário britânico.

Ações do Monte dei Paschi tombam

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

Neste cenário de um eventual “apocalipse”, que o Commerzbank admite mas considera improvável, as ações dos principais bancos seguem hoje no olho do furacão. O UniCredit, que tem previsto um aumento de capital em 13 mil milhões de euros numa operação de recapitalização está prevista para o início de 2017, tombava 4%, com o risco de contágio a todo o sistema financeiro italiano. O Intesa Sanpaolo e o Mediobanca também perdiam cerca de 3%.

O índice de referência italiano, o FTSE MIB, perdia cerca de 2% para 16.207,75 pontos, pressionado sobretudo pelo setor financeiro, numa altura em que os pares europeus seguiam com quedas que não iam além dos 1%. O PSI-20, o principal índice português, perdia 0,6% para 4.435,27 pontos.

“A aproximação da realização do referendo em Itália e das eleições presidenciais na Áustria irão influenciar o comportamento” dos mercados, referiram os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “O referendo em Itália é o mais relevante e irá influir sobre as yields italianas e sobre os bancos italianos”, acrescentaram os analistas.

No mercado de dívida, os juros italianos agravavam-se em todos os prazos, com a taxa na maturidade de referência a 10 anos a escalar para os 2,095%, mantendo-se perto de máximos de meados de julho.

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