Trabalhadores da TST em greve por aumentos salariais. Param domingo e segunda-feira
Trabalhadores dos TST voltam a parar exigindo aumentos salariais e diminuição da carga horária. Administração da empresa detida pela Arriva diz que isso custaria dois milhões de euros.
A ligação entre as duas margens do Tejo, entre Lisboa e os concelhos de Almada e Setúbal, pode ser mais difícil nos próximos dois dias. Os trabalhadores da Transportes Sul do Tejo (TST) começam este domingo uma pralisação que dura até amanhã, segunda-feira, exigindo aumentos salários e diminuição da carga horária.
Na sexta-feira, a Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações explicou que os trabalhadores e sindicatos convocaram uma nova greve por não haver respostas sobre a proposta de aumento salarial para 750 euros.
De acordo com o sindicato, os trabalhadores da TST vão fazer uma concentração em frente à Câmara Municipal de Almada, por volta das 10H00, na segunda-feira, estando previsto serem recebidos pela presidente da autarquia.
À semelhança das greves já realizadas em março e abril, a questão central continua a ser o aumento de salários, os direitos dos trabalhadores e a sobrecarga horária, segundo a Fectrans.
Em 23 de janeiro, os trabalhadores reuniram-se com a administração para negociar a revisão do Acordo de Empresa, a qual lhes propôs o aumento de salário de 651,61 euros para 670 euros, além de um acréscimo de 0,91 cêntimos nas diuturnidades e de mais cinco euros no trabalho em dias de folga, uma proposta que os trabalhadores consideraram insuficiente.
Perante as reivindicações e greves, em abril, a TST indicou que a proposta de aumento salarial até 750 euros representa um impacto de mais de dois milhões de euros acima dos valores já aplicados em 2019, considerando incomportável para o plano de negócios da empresa.
No início do mês de maio, os trabalhadores reuniram-se com um elemento da administração responsável pela parte financeira e económica da empresa que, de acordo com a Fectrans, não trouxe nada de novo.
Adesão à greve entre os 61% da empresa e mais de 90% do sindicato
Ao final da manhã de domingo, a adesão à greve situava-se “entre 90 e 95%”, segundo estima fonte sindical, enquanto a empresa afirma que aderiram 61% dos trabalhadores em luta por aumentos salariais.
“A greve, como nas paralisações anteriores, está a ter uma adesão de entre 90 e 95%, com a empresa a recorrer em algumas carreiras a trabalhadores contratados a prazo”, afirmou à Lusa João Saúde, da Fectrans – Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações.
O sindicalista estimou que, em consequência da greve decretada para domingo e segunda-feira, se encontrem parados “cerca de 700 autocarros” da empresa que opera principalmente nos concelhos da península de Setúbal.
Os números apontados pelo sindicato estão acima da estimativa avançada pela TST, que através de uma assessora disse à Lusa que apenas “61% dos colaboradores” aderiram à greve.
O elemento da Fectrans contrapôs que a paralisação afeta toda a península da margem sul do Tejo, com particular incidência em Setúbal e Almada, “e que a empresa também sabe, pois já apresentou uma nova proposta aos trabalhadores”.
Segundo João Saúde, perante a exigência de um aumento salarial para 750 euros, a TST avançou com uma contraproposta “de um aumento para 685 euros de salário base” e da adoção de um sistema de “folgas rotativas para os trabalhadores que não folgam ao sábado e ao domingo”.
De acordo com o sindicato, à semelhança das greves realizadas em março e abril, entre os motivos que levaram à convocação da atual paralisação estão o aumento de salários e a sobrecarga horária.
A anterior greve na TST, em abril, teve uma adesão de 95%, segundo o sindicato, e de 75%, de acordo com a empresa, e levou à supressão das carreiras de Setúbal para Lisboa, via autoestrada, e nas pontes Vasco da Gama e 25 de Abril.
A TST, detida pelo grupo Arriva, desenvolve a sua atividade na Península de Setúbal, com 190 carreiras e oficinas em quatro concelhos, designadamente Almada, Moita, Sesimbra e Setúbal.
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