PSD: “O que o Governo quer é um povo e um Parlamento de boca calada e olhos vendados”
A recapitalização da Caixa Geral de Depósitos está a dominar o último dia de debate do Orçamento do Estado para 2017. Leitão Amaro acusa o Governo de querer "cheques em branco" do Parlamento.
No último dia de debate do Orçamento do Estado, o Governo está a ser fortemente pressionado pela oposição por causa da polémica da Caixa. “Não aceitamos aquilo que vocês querem: um povo e um Parlamento de boca calada e olhos vendados”, atirou António Leitão Amaro, deputado do PSD.
A estratégia da oposição mantém-se inalterada: exigir mais informação do Governo e não deixar o tema arrefecer. António Leitão Amaro voltou a acusar — esta terça-feira, o dia em que o Orçamento do Estado para 2017 será aprovado definitivamente — o Executivo de António Costa de se ter demitido de “esclarecer o país”. Exigiu saber “o montante da recapitalização”, o que o fundamenta, “em que termos” será concretizada essa recapitalização, o que quer o Governo fazer.
“O Parlamento não passa cheques em branco e não anda de olhos vendados”, ao contrário “da esquerda”, acusou Leitão Amaro.
Minutos antes falara João Almeida, deputado e porta-voz do CDS-PP. O centrista defendeu que a atuação do Governo “demonstra muito bem quem é que quer que se discuta tudo sobre a CGD, menos aquilo que interessa ao país”. João Almeida defendeu que o CDS “nunca” quis a privatização da Caixa e até reconheceu que “é muito importante que o Governo tenha conseguido aprovar o plano em Bruxelas.” Mas acusou o Executivo de não dar informação suficiente que permita avaliar se a Caixa está servir a economia de forma adequada.
Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, tomou a palavra para defender o Governo. Acusou o Executivo anterior de não ter capitalizado “bem” a Caixa e a oposição de utilizar o tema para evitar “discutir um Orçamento do Estado que não interessava” ao PSD e ao CDS. O governante fez ainda questão de deixar bem claro que o PSD foi o único partido que, na especialidade, votou contra a inclusão no Orçamento da verba necessária à recapitalização.
“Apelamos ao PSD que se una a todas as bancadas parlamentares e não inviabilize a recapitalização da CGD”, disse, embora não sejam precisos os votos favoráveis dos sociais-democratas para aprovar a autorização adicional de endividamento público, no valor de 2,7 mil milhões de euros.
Mas nos escassos minutos que lhe restavam para intervir, Luís Montenegro, líder da bancada parlamentar do PSD, teve ainda tempo para acusar: “O que está a acontecer à CGD é responsabilidade única e exclusiva do Governo.”
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