Manuel Fino foi à falência “por ter investido no BCP”, diz antigo diretor da Caixa

Antigo diretor e administrador da Caixa rejeita que tenha sido o banco o causador da falência da Investifino. "A causa, para mim, foi o grupo ter investido no BCP", disse Cabral dos Santos.

José Cabral dos Santos rejeita culpas da Caixa Geral de Depósitos (CGD) nas perdas do grupo Investifino e considera que foi o “investimento no BCP”, em 2007, que levou o grupo do empresário Manuel Fino à falência.

A causa, para mim, foi o grupo ter investido no BCP. Essa foi a razão para as perdas e consequências do grupo Manuel Fino”, declarou o antigo diretor e administrador do banco público na comissão de inquérito. “Se o grupo Investifino não tivesse aquela operação, em 2007, de 180 milhões para comprar ações do BCP, não teria tido nenhum problema”, acrescentou.

O responsável respondia às questões da deputada do PS Constança Urbano de Sousa, que o confrontou com as declarações dos filhos de Manuel Fino. A 14 de maio, José Manuel Fino (filho do histórico empresário) acusou a Caixa e o poder político de terem decidido vender a posição da Investifino na Cimpor durante a OPA da Camargo Côrrea, abaixo do preço de justo. E com isso o grupo deixou de ter património para ter rendimentos, levando à sua falência.

Atualmente, a Investifino deve 260 milhões ao banco público, mas a sociedade já “não existe”, declarou José Manuel Fino.

Cabral dos Santos rejeitou essa tese. “Se a CGD, em termos de apoio às participações financeiras do grupo Investifino, apenas tivesse apoiado o investimento na Cimpor, não teria havido problema absolutamente nenhum”, frisou. Também acrescentou que o banco não executou a Investifino, que “era a única coisa que sobrava na altura”, por ser um acionista de referência da construtora Soares da Costa, que também não “estava a passar os melhores dias”.

“Se fizéssemos a insolvência da Investifino, a Caixa não iria beneficiar significativamente e prejudicaria imenso a Soares da Costa“, referiu, dizendo que essa situação teria um profundo “impacto no futuro da Soares da Costa e nos trabalhadores”, num momento em que a economia portuguesa registava uma elevada taxa de desemprego.

(Notícia atualizada às 17h37)

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