Pinhal diz que Caixa emprestou dinheiro para ações para “ganhar a taça” do crédito ao BCP

Filipe Pinhal considera que BCP não aprovaria um crédito como o que foi concedido à La Seda. E que havia uma "avidez" na Caixa para superar o BCP na quota de crédito.

Filipe Pinhal considera que havia na Caixa Geral de Depósitos (CGD) uma “avidez” para superar o BCP no ranking do crédito e que as operações de financiamento para a aquisição de ações a Berardo ou Manuel Fino ajudavam a administração do banco “a ganhar essa taça” do crédito.

“Era uma avidez a Caixa ultrapassar o BCP no ranking de crédito. No crédito o BCP tinha [uma quota] 23% ou 24% do mercado, enquanto a Caixa tinha 21% ou 22%. Todos os financiamentos da Caixa para comprar ações permitia superar o BCP. A administração da Caixa ganhava essa taça“, referiu esta terça-feira Filipe Pinhal durante a comissão parlamentar de inquérito à recapitalização do banco público.

Para Filipe Pinhal, um banco como a CGD emprestar dinheiro para a compra de ações “não tinha nenhuma racionalidade económica”. “Não vejo como os financiamentos a Berardo ou Fino pudessem servir a economia”, declarou o antigo administrador e presidente do BCP.

Sobre o financiamento a Berardo, Filipe Pinhal disse que o Banco de Portugal “fez mal” ao “não levantar problemas” no facto de o comendador se ter financiado junto da Caixa para reforçar a sua posição no BCP. Isto depois de ter dito que “foi corrido” do banco por Vítor Constâncio depois de ter recusado emprestar dinheiro a Berardo.

De resto, Filipe Pinhal desmentiu o empresário madeirense e negou que tivesse sido ele a sugerir a Berardo recorrer à CGD em busca de financiamento para comprar ações do BCP. “Seria altamente improvável que ajudasse José Berardo a ter mais votos para me destituir”, disse logo no início da audição.

Filipe Pinhal também disse não ter dúvidas “de que o empréstimo à La Seda não seria aprovado no BCP” porque se tratava de um projeto ainda numa fase muito embrionária.

“O projeto não era suficientemente profundo. (…) Era uma coisa embrionária. Emprestou-se dinheiro com base ou em orientações políticas ou na qualidade dos acionistas. E não se vê que a La Seda ou o seu sócio fossem acionistas com capacidade financeira indiscutível”, disse.

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