Lucro da Santa Casa cai 22% em 2018 com alteração na repartição das receitas dos jogos sociais

Lucros encolheram 22% por causa da alteração na repartição das receitas dos jogos sociais. Provedor da Santa Casa diz que foi um bom resultado.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa registou uma quebra de 22% nos lucros para 33,3 milhões de euros, um desempenho explicado pela alteração legislativa ao diploma que define a repartição das receitas dos jogos sociais.

“A explicação é simples: em 2018 ocorreu uma alteração da forma como são atribuídos as receitas aos beneficiários. Se não fosse este movimento teríamos tido resultado muito próximo do de 2017”, disse o provedor da instituição, Edmundo Martinho. Em 2017, o resultado líquido foi de cerca de 44 milhões de euros

Dos resultados distribuídos ao beneficiários dos jogos sociais, a Santa Casa tem direito a um bolo de 26,52%, quando antes da alteração legislativa feita em abril do ano passado essa fatia correspondia a 27,76%. Na prática, esta mudança implicou uma perda de 5,8 milhões de euros nos lucros da instituição.

Outro fator de pressão das contas prendeu-se com o aumento dos custos com pessoal da Santa Casa, que aumentaram dos 126 milhões de euros para 133 milhões de euros, acrescenta a instituição.

Receitas com jogos atingem 3.100 milhões

As receitas com jogos voltaram a subir em 2018 para um novo recorde. Aumentaram 2,4% para 3.092 milhões de euros. As raspadinhas (lotaria instantânea) continuam a ser o jogo de sorte e azar preferido dos portugueses, tendo representado 1.594 milhões de euros. Seguem-se as apostas mútuas, que geraram vendas 908 milhões de euros (-6,9%), e o Euromilhões e M1lhão, onde as receitas baixaram 5,4% para 805 milhões de euros.

Já o Placard, de apostas desportivas, continua em crescimento: as receitas somaram quase 5% para 527 milhões de euros.

Em termos de prémios, a Santa Casa distribui um montante total de 1.881 milhões de euros pelos apostadores (cerca de 36 milhões de euros por semana). Mas diz que das vendas de 3.100 milhões, 97% foram devolvidos à sociedade, o equivalente a 1,5% do PIB. Isto porque também distribuiu resultados de 733 milhões pelos diversos beneficiários, como os clubes de futebol, e ainda remuneraram os intermediários dos jogos em cerca de 236 milhões de euros. Eram quase 4.900 os pontos de venda no final do ano passado.

(Notícia atualizada às 16h36)

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