Emissão de dívida recebe 76 candidaturas. Empresas de turismo querem 420 milhões

O empréstimo obrigacionista que o Governo lançou, em junho, para empresas de turismo superou as expectativas. Ao todo foram recebidas 76 candidaturas e o financiamento pedido ascendeu aos 420 milhões de euros, “quatro vezes acima do inicialmente estimado”, referiu fonte oficial do Gabinete da Secretária de Estado do Turismo ao ECO.

Dirigido a pequenas e médias empresas (PME) e midcaps do turismo, ou seja, entidades com até 3.000 funcionários, trata-se, segundo a mesma fonte, do “primeiro empréstimo obrigacionista lançado em Portugal acessível a PME”.

As perspetivas do Ministério da Economia eram de que viessem a ser emitidas obrigações no valor de 100 milhões de euros de investimento mínimo, mas com a procura a superar os 400 milhões será agora necessário “selecionar as empresas emitentes e construir uma carteira de crédito”.

Cada empresa, e podiam ser hotéis, alojamento local, restauntes, etc., pode candidatar-se a um empréstimo no valor máximo de 15 milhões de euros, cabendo a concessão dos mesmos a investidores institucionais, nacionais e internacionais.

As condições associadas a este empréstimo “são mais vantajosas” para as empresas, prevendo-se o pagamento de uma taxa de juro “mais baixa”. Além disso, “não é necessária qualquer garantia para além da garantia do Estado”. O prazo de emissão das obrigações é de sete anos e o Fundo de Contragarantia Mútuo vai garantir “os primeiros incumprimentos dos emitentes até cerca de 30% do montante total da emissão”.

A seleção das empresas finalistas será feita até 13 de setembro e, depois disso, será construída a carteira de obrigações adequada, com a estruturação e colocação da emissão a decorrer até 15 de outubro.