Na mesa do recrutador: Catarina Tendeiro do grupo Ageas
No grupo que juntou a Ocidental, a Médis e a AXA, Catarina tem um desafio fundamental: juntar três diferentes culturas numa só.
Neste escritório ninguém diz a palavra “problema”. Aqui, “essa” palavra proibida é substituída por “desafio”. Esta é apenas uma das regras implementadas por Catarina Tendeiro desde que, em setembro de 2018, passou a ser diretora de recursos humanos do grupo Ageas. No grupo que juntou a Ocidental, a Médis e a AXA, Catarina tem um desafio fundamental: juntar três diferentes culturas numa só. “Estamos a dar passos no sentido de um melhor serviço ao cliente interno, de unificação de benefícios sociais. Mas é um trabalho de fundo, porque a cultura não se consegue fazer num dia. Ainda há muito trabalho mas pôr toda a gente one é a minha grande missão”, explica à Pessoas.
A Ageas é o último desafio aceite pela gestora de recursos humanos: Catarina, 45 anos, estudou sociologia mas depressa percebeu que a carreira passava pelas pessoas mas sempre associada à área da gestão. Começou no antigo Banco Fonsecas & Burnay, passou pelo BPI, onde teve a responsabilidade de contratar a equipa de 400 pessoas para o call center, passou por startups e, em 2003, um ano antes da estreia da IKEA em Portugal, integrou a equipa fundadora da operação no nosso país. Foi lá que teve uma das experiências profissionais mais ricas de sempre: durante dois anos andou pelo mundo a dar formação em liderança às diferentes equipas da gigante sueca e, quando possível, de farda amarela vestida.
“É um sonho trabalhar numa casa em que se pratica aquilo que se diz, walk the talk”, conta Catarina sobre a experiência. “Aprendi nesses dois anos que somos todos muito parecidos, o contexto é que é diferente. Passei a entregar as decisões aos trabalhadores, eles vêm com uma pergunta e saem com outra pergunta, no bom sentido de pôr realmente as pessoas no centro”, esclarece.
Atualmente a liderar o processo de “unificação” do Ageas a partir de três empresas distintas – e numa altura em que, com uma média de idades de 44 anos, o grupo tem processos de recrutamento a decorrer constantemente -, Catarina considera que uma das suas grandes missões é a “programação de valores”, “algo muito forte que está a acontecer este ano e que é transversal a todas as áreas. “Estamos a associar os valores à avaliação e a preparar cursos de liderança para todas as pessoas porque cada um tem de ser responsável pela sua liderança, estamos cada vez mais no leading self que pressupõe que, estando eu inserida num grupo, é nele que tenho de interagir. E isso é um desafio para a cultura tradicional portuguesa”, afirma.
Livro
A primeira vez que Catarina leu o “Why should anyone lead by you?” foi durante a temporada de estudos na London Business School. O livro tornou-se uma referência e, agora, uma ferramenta de trabalho. “Fala de liderança e de autenticidade. Estamos a trabalhar num curso de liderança, porque somos líderes, todos os que aqui trabalhamos”.
Quebra-cabeças
A peça de madeira é um exercício de paciência e um argumento para uma pausa. “Uso bastante quando estou no meio de um desafio e tenho de pensar em encontrar uma solução ou quando tenho de parar e respirar antes do passo seguinte. Ajuda sempre a pensar que há várias hipóteses”, refere.
Telemóvel (e power bank)
“Contactável sempre, disponível sempre, para a minha equipa, para as minhas pessoas. São duas ferramentas de trabalho constante”. O telemóvel e o carregador portátil são a garantia de disponibilidade que Catarina nunca abandona.
Estratégia
O livro é “o plano mestre para os próximos três anos”. “É sempre importante voltar a ela no sentido em que é a base de tudo o que fazemos. No dia-a-dia, entre tantas tarefas, ajuda-me a centrar novamente”.
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