Boris Johnson rejeita convocar o Parlamento durante as férias
A ideia de convocar o Parlamento durante as férias partiu de mais de 100 deputados e foi rejeitada pelo primeiro-ministro, esta segunda-feira. O Parlamento só se voltará a reunir a 3 de setembro.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, rejeitou esta segunda-feira a ideia de convocar o Parlamento durante as férias, depois da divulgação de documentos alertando para escassez de alimentos e outros bens, no caso de um Brexit sem acordo.
O jornal Sunday Times divulgou, no domingo, o que afirma ser um estudo confidencial do Executivo sobre as consequências mais prováveis de uma saída do Reino Unido da União Europeia (UE) sem acordo e que refere um período de escassez de combustível, alimentos e medicamentos e o caos nos portos britânicos. Os economistas há muito que têm avançado tais cenários, mas os defensores do Brexit têm rejeitado as previsões, consideradas alarmistas.
O gabinete do primeiro-ministro disse, esta segunda-feira, que o dossier publicado está “desatualizado” e que a Câmara dos Comuns (câmara baixa do Parlamento) voltará a reunir-se a 3 de setembro como previsto. Citado pelo Financial Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês), Boris Johnson diz-se “muito confiante” numa saída a 31 de outubro.
Também esta segunda-feira, o FT avança que o Governo de Boris Johnson se prepara para lançar uma campanha pública de informação para tranquilizar os britânicos relativamente a uma possível saída abrupta do Brexit. A campanha terá um orçamento de 100 milhões de libras (cerca de 109,436 milhões de euros) e deverá começar já nas próximas semanas. Através da televisão, rádios e redes sociais, a ideia é explicar aos cidadãos tudo o que se vai passar depois de dia 31 de outubro. A campanha deverá incluir detalhes sobre as viagens ao exterior.
De acordo com o mesmo jornal, o Governo britânico está ainda a trabalhar para que nada falhe no site oficial do Governo assim que essa campanha arranque, nomeadamente face ao esperado aumento do número de visitantes.
Já o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, prometeu ainda esta segunda-feira fazer de tudo para impedir que o Reino Unido saia sem acordo. Corbyn admitiu “apresentar uma moção de censura ao Governo, tentar formar um Governo de transição para impedir a saída da União Europeia sem acordo, e marcar imediatamente eleições antecipadas para que as pessoas possam decidir o futuro do país”, cita o FT.
O partido de Jeremy Corbyn, que está a tentar atrasar o Brexit e organizar um Governo de união nacional, considerou o relatório como mais um sinal de que deve ser evitada uma saída sem acordo do bloco europeu.
Mais de 100 deputados britânicos pediram ao primeiro-ministro Boris Johnson, numa carta divulgada no domingo, para convocar imediatamente o Parlamento e voltar a debater o Brexit.
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Boris Johnson está determinado na saída efetiva do Reino Unido da UE a 31 de outubro, mesmo que não consiga renegociar o acordo concluído entre a ex-primeira-ministra britânica Theresa May e Bruxelas.
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