Depósitos voltam a cair. Já saíram 2,6 mil milhões
Em outubro, o montante aplicado em depósitos caiu pelo terceiro mês seguido, o maior ciclo de perdas desde 2012. Saíram mais de 2,6 mil milhões de euros naquele trimestre.
O montante dos depósitos não para de cair. O valor total aplicado nesta classe de produtos recuou em outubro pelo terceiro mês consecutivo, encolhendo em mais de 2,6 mil milhões de euros. É preciso recuar até 2012 para encontrar um ciclo de resgates de depósitos tão expressivo como o atual.
Os portugueses tinham aplicados um total de 142.745 milhões de euros em depósitos à ordem e a prazo, em outubro. Trata-se do valor mais baixo desde maio, sendo que este mês marca também o pior ciclo de perda de dinheiro para este tipo de aplicações dos últimos quatro anos. Entre agosto e outubro, os depósitos “emagreceram” em 2.623 milhões de euros.
Entre o final de 2014 e o início de 2015 já se tinha registado um período de três meses consecutivos de saída de dinheiro, mas o valor resgatado é incomparavelmente menor que o atual. No início de 2014 houve cinco meses de resgates, mas nesse período saíram apenas dois mil milhões, já em 2012, em apenas três meses tinha sido retirados 2,77 mil milhões.
A redução das quantias aplicadas em depósitos surge num contexto marcado por um aumento do consumo das famílias, mas também de menor atratividade destas aplicações.
A remuneração desta classe de produtos de poupança atinge níveis historicamente baixos, o que reduz o apetite dos aforradores portugueses pelos depósitos. Os últimos dados mostram que a banca nacional pagou, em outubro, uma taxa de juro média de 0,34% nas novas aplicações em depósitos a prazo, o que corresponde à remuneração mais baixa de sempre, tendo em conta um histórico que remonta ao início do ano 2000.
Em face deste cenário, torna-se muito mais atrativo colocar dinheiro noutro tipo de produtos financeiros conservadores, nomeadamente os do Estado. Os Certificados do Tesouro Poupança Mais, remuneram com uma taxa de juro bruta de 1,25% no primeiro ano, que nos quatro anos seguintes sobe gradualmente para atingir um valor médio de 2,25%, em termos brutos, nos cinco anos de aplicação.
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