Tem crédito com Euribor a 3 meses? Prestação da casa vai subir no Natal
Os contratos com Euribor a três meses revistos em dezembro veem a prestação subir 0,1%, Mas nas maturidades a 6 e 12 meses, há novos cortes nos encargos mensais.
O seu crédito da casa é revisto no próximo mês e tem como indexante a Euribor a 3 meses? Então prepara-se para receber no sapatinho uma prenda um pouco amarga neste Natal. O valor da prestação vai subir, apesar de ligeiramente. Nas restantes maturidades — 6 e 12 meses — há, pelo contrário, um alívio dos encargos mensais no crédito da casa para novos mínimos históricos.
Os empréstimos com Euribor a 3 meses revistos em dezembro vão ver a respetiva taxa de juro subir 0,1%, reflexo de uma ligeira inversão do rumo descendente daquele indexante observada nas últimas semanas.
Considerando o cenário de um empréstimo de 100 mil euros, a 30 anos, e com um spread de 1%, as famílias cujos contratos estejam associados a este indexante veem assim o valor da prestação subir do mínimo histórico de 303,24 euros definido há três meses, para se fixar nos 303,55 euros. Ou seja, mais 31 cêntimos.
Já os créditos da casa com indexantes mais dilatados, pelo contrário, vão beneficiar de um novo alívio de encargos. Os cortes são de 1,44% e 1,8%, respetivamente, nos empréstimos com Euribor a 6 e 12 meses.
Evolução dos indexantes da casa em 2019
Fonte: Reuters
Partindo do mesmo cenário base, o valor da prestação dos empréstimos com Euribor a 6 meses desce 4,48 euros, passando dos 310,87 euros em vigor ao longo dos últimos seis meses, para 306,39 euros. Por sua vez, nos créditos com Euribor a 12 meses — o único indexante disponibilizado atualmente pela quase totalidade dos bancos — os encargos mensais caem 5,63 euros, com a prestação a fixar-se nos 309,3 euros ao longo do próximo ano.
Em ambos os casos, as prestações fixam-se em novos mínimos de sempre, com as famílias ainda a beneficiarem dos mínimos históricos das Euribor a 6 e 12 meses estabelecidos entre agosto e o início de setembro.
Taxas Euribor já dão sinais de inversão. Futuros reforçam
Entretanto, desde esses mínimos é percetível uma tendência generalizada de subida, dos indexantes. Tal acontece depois de o Banco Central Europeu ter descido, em setembro, a taxa de depósito para um valor ainda mais negativo — 0,5% — mas estabelecendo a sua aplicação apenas sobre o excesso de liquidez dos bancos.
Aquando dessa decisão, o Commerzbank antecipou que tal iria levar a taxa de depósito a tornar-se menos negativa em dez pontos base. Passando esta taxa a ser menos negativa, seria expectável que as Euribor acompanhassem esse movimento, acabando por refletir-se numa subida das prestações de quem tem crédito à habitação.
Já o mercado de futuros aponta para que a Euribor a 3 meses se mantenha acima em torno dos -0,4% até setembro de 2022, para depois dessa ocasião começar a assumir valores menos negativos daí em diante. A boa notícia é que o mercado também espera que pelo menos até junho de 2024, o indexante se mantenha negativo.
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