Adesão de mais de 90% na greve do pessoal não docente, segundo sindicato
A FNSTFPS, filiada na CGTP, convocou para esta sexta-feira uma greve nacional, contestando, entre outras coisas, a falta de pessoal não docente que se verifica há vários anos.
A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) anunciou esta sexta-feira no Porto que a adesão à greve do pessoal não docente “ultrapassou os 90%” e que “há centenas e centenas de escolas encerradas” no país.
Em declarações à porta da Escola Básica e Secundária do Cerco do Porto, a coordenadora da FNSTFPS, Ana Avoila, repetiu as críticas ao Governo ao mesmo tempo que salientou a adesão dos trabalhadores à paralisação decretada. “É um balanço muito, muito positivo, que corresponde aos objetivos que a greve tem, designadamente [de combate] à falta de pessoal, aos salários baixos e à falta de condições de trabalho, tudo isso, e a que o Governo, tal como na legislatura passada, não respondeu, traçando uma política de continuação de destruição de direitos dos trabalhadores”, disse.
Acusando o executivo liderado por António Costa de não ter “uma única medida que melhore o que tinha na legislatura passada” e considerando que “pelo contrário, é só para piorar”, Ana Avoila passou depois aos números da “resposta dada pelos trabalhadores descontentes”.
“Esta não é a primeira greve, é uma das maiores greves, que tem mais de 90% de adesão. Há centenas e centenas de escolas encerradas por todo o país e o Governo tem de tirar daqui ilações, ou se não, é um Governo que está de má-fé e que pretende continuar a governar à direita como fez nos últimos anos para os trabalhadores da administração pública”, frisou a coordenadora sindical.
Em declarações à porta de uma escola onde, às 12h40, a única indicação de paralisação estava num comunicado, assinado pelo diretor do estabelecimento, dando conta que as “aulas estavam suspensas neste dia”, Ana Avoila voltou aos números para acentuar a exigência. “Queremos 6.000 funcionários no mínimo, porque não queremos uma sociedade de regressão, queremos uma sociedade de evolução e a escola pública que vai educar os nossos filhos, os nossos netos tem de ter condições mínimas e seis mil é para ter as condições mínimas”, enfatizou.
“O Governo nem 6.000 quer contratar. O Governo o que pretende é mão-de-obra mais barata e a polivalência entre profissões, sendo que muitas delas já nem existem”, prosseguiu.
Afirmando que os números da paralisação de hoje representam “um cartão amarelo ao Governo” prometeu prosseguir a luta e deixou a “certeza” de que “o Governo, com o programa que aprovou, vai ter conflitualidade laboral se não o alterar”. “Tem de haver vontade pública e o que este Governo tem feito à administração pública não é diferente do que fez o anterior, designadamente nos salários, condições de trabalho e falta de pessoal”.
A FNSTFPS, filiada na CGTP, convocou para hoje uma greve nacional dos trabalhadores não docentes dos agrupamentos de escolas e escolas não agrupadas da rede pública, contestando a falta de pessoal não docente que se verifica há vários anos, entre outras reivindicações.
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