ANA vai “respeitar medidas de impacto ambiental e de segurança” no Montijo, garante José Luís Arnaut

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 3 Dezembro 2019

"Há um relacionamento institucional corretíssimo entre a TAP e a ANA", diz Luís Arnaut. Presidente do conselho de administração considera que críticas da TAP aos atrasos já estão ultrapassadas.

A ANA vai “respeitar todas as medidas que tenham que ver com o impacto ambiental e a segurança” do futuro aeroporto do Montijo, diz José Luís Arnaut. Ainda assim, o presidente do conselho de administração da ANA ressalva que o relatório final sobre a análise das medidas de mitigação ambiental por parte da gestora aeroportuária “ainda não está pronto”.

O presidente do Conselho de Administração da ANA sublinha que há 159 medidas do estudo de impacto ambiental de “alguma densidade e complexidade” para analisar. O prazo para a ANA examinar e eventualmente contestar medidas de mitigação propostas na Declaração de Impacte Ambiental do futuro aeroporto do Montijo foi prorrogado até 20 de dezembro.

“As equipas da ANA estão a trabalhar, a estudar e a analisar os impactos económicos e financeiros, e a possibilidade de concretização das mesmas”, afirmou quando questionado sobre o assunto pelos jornalistas, no final de uma audição organizada pelo Parlamento Europeu, em Bruxelas, sobre o futuro das viagens low cost na Europa.

“A nossa assessoria ainda não tem o relatório final, portanto não queria pronunciar-me”. No entanto, acrescentou que algumas medidas lhe “parecem à partida um bocadinho desenquadradas daquela que é a realidade. Há outras que se enquadrarão”. “Contudo há uma medida que é segura e certa: Vinci e ANA, iremos respeitar todas aquelas medidas que tenham que ver com o impacto ambiental e garantias de segurança no aeroporto. Para nós a segurança no aeroporto tem de ser total. Não pode ser de 99,9%, tem que ser de 101%, no mínimo. Estamos conscientes dos impactos ambientais e vamos trabalhar para reduzir esses impactos ambientais na sua exata medida e proporcionalidade“, garantiu.

O chairman da ANA fez questão de realçar que o aeroporto do Montijo “funciona há 50 anos”, não sendo, portanto, um aeroporto novo, de raiz. “É uma reciclagem de um aeroporto existente, de uma base militar existente”, onde hoje já aterram e descolam aviões militares.

Questionado sobre as obras na pista do aeroporto da Portela, José Luís Arnaut sublinhou que decorrem de um compromisso contratual assumido entre a ANA e a Vinci e o Estado português e que estão “programadas desde o seu princípio”. “Portanto, essa obra está iniciada, vamos iniciá-la neste momento”. “Temos expectativas de que vá decorrer nos próximos meses. Obras são obras e o nosso objetivo, os objetivos contratuais que temos com o empreiteiro é que decorra dentro do prazo necessário”. Sublinhou ainda que a obra visa facilitar a saída mais rápida dos aviões de pista, criar maior flexibilidade, baixar o consumo de combustível dos aviões no aeroporto e em pista, sendo “também uma medida “amiga” do ambiente”.

Está previsto as obras decorrerem entre janeiro e junho do próximo ano, levando ao encerramento do espaço durante o período noturno (entre as 23h30 e as 6h30). As companhias aéreas que operam no aeroporto tiveram que ajustar a atividade, o que, para a easyJet, irá obrigar ao cancelamento de alguns voos. Também a TAP antecipa perda de receita associada a estas obras na Portela, colocando a fasquia nos 12 milhões de euros, para além de admitir a possibilidade de constrangimentos de várias naturezas como o cancelamento ou atrasos de voos.

Sobre as críticas da TAP à ANA devido à saturação da Portela, aos problemas a nível das infraestruturas ou atrasos nos voos, Arnaut considerou que “isso está um bocadinho ultrapassado” e que “há um relacionamento institucional corretíssimo entre a TAP e a ANA, em particular os seus acionistas e a ANA”.

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