Brexit é “história triste” que podia ter sido evitada – Diretor-geral da AXA
Os políticos britânicos receberam mensagens qye deviam ter ouvido, afirmou Thomas Buberl, director-geral do grupo AXA, num encontro com a imprensa, referindo-se ao 'Brexit'.
O ‘Brexit’ (forma abreviada que designa a saída da Grã-Bretanha da União Europeia) teria sido evitado se [as partes] tivessem conversado para alcançar melhor entendimento, sustenta o responsável do grupo segurador.
«Os políticos britânicos receberam solicitações sobre as necessidades da Europa – quero dizer de Bruxelas – que mereciam ter sido ouvidas, mas que não foram atendidas», concretizou Buberl num almoço com jornalistas da Anglo-American Press Association, na sede da AXA, em Paris.
Para o CEO que assumiu a liderança da AXA em 2016, os dossiês imigração e mercado único digital são exemplos de dois temas que mereciam aprofundamento do diálogo entre a UE e o Reino Unido. Admitindo que a primeira fase do Brexit fique concluída no final de janeiro, como planeado, Bruberl mostra-se cético quanto ao período de 11 meses, da fase seguinte.
Explicando a posição da companhia na ótica do negócio: «preparámo-nos para um ‘hard’ Brexit [cenário de saída sem acordo], no sentido em que estaremos prontos para usar as nossas bases na Europa para absorver as partes que não possam permanecer no Reino Unido», disse. Neste contexto, a AXA já começou a substituir os trabalhadores não britânicos que emprega no país por colaboradores britânicos.
Passando em revista o cenário global de riscos e oportunidades, o executivo de 46 anos abordou temas como o aquecimento global (a companhia é parte ativa no movimento de descarbonização da economia global), a instabilidade geopolítica e a sustentabilidade dos sistemas de previdência social face ao envelhecimento da população (particularizando o caso de França).
Segundo reporta o jornal The Irish Times, quando relaciona as variáveis rendimento e poupança no quadro do declínio demográfico (‘menos poupança e mais consumo’), Buberl sustenta que, na sua opinião, o atual contexto de taxas de juro baixas deverá manter-se para além do médio prazo.
O impacto negativo de taxas de juro baixas por período prolongado foi, aliás, uma das razões que levou a AXA a reduzir o peso dos seguros vida e produtos de poupança na carteira do grupo, de 80% para 20%.
A AXA é uma das líderes globais na indústria de seguros e gestão de ativos. Com a aquisição do grupo XL, em 2018, o negócio segurador da companhia francesa assumiu a marca AXA XL e ascendeu a uma posição de liderança global no ramo de seguros patrimoniais e danos junto de grandes empresas.
O grupo fechou o exercício de 2018 com receitas consolidadas de quase 103 mil milhões de euros, mais 4% face ao ano anterior. Globalmente, 60% da receita é realizada na Europa (24% em França e 36% em outros países europeus).
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