Sustentabilidade? É “oportunidade” de retornos com “forte procura”
Finanças sustentáveis foram o tema da nona edição da conferência anual da Euronext Lisbon, Via Bolsa. O tema está a tornar-se incontornável para investidores, que além do impacto conseguem ganhos.
O financiamento da transição económica necessária para que haja crescimento sustentável é uma oportunidade de investimento que poderá vir a trazer retornos. E já há uma forte procura para financiar estes projetos, segundo a presidente da Euronext Lisbon, Isabel Ucha, e o diretor da cooperação para o desenvolvimento na OCDE, Jorge Moreira da Silva.
Os dois juntaram-se num painel na conferência anual da bolsa de Lisboa, a Via Bolsa, que se realizou esta segunda-feira em Lisboa, com o tema das finanças sustentáveis e que teve o ECO como media partner. “O problema não é de volume [de financiamento], é de saber que incentivos há para que o dinheiro não vá para onde vai sempre. O Investimento Direto Estrangeiro desempenha um papel fundamental para as economias”, defendeu Moreira da Silva.
O responsável da OCDE lembrou que há atualmente 30 biliões de dólares a nível mundial geridos com algum tipo de critério de sustentabilidade (ambiental, social ou de governo de sociedade). O número compara com os 2,5 biliões necessários para financiar os 17 objetivos de desenvolvimento da ONU.
Mas para que o financiamento seja alocado a estes projetos “tem de haver retorno do investimento, tem de haver lucro“, sublinhou o responsável da OCDE, apontando ainda para a necessidade de haver confiança. “Não pode haver greenwashing”, referiu.
Do lado do financiamento, Isabel Ucha garante que há interesse dos investidores nacionais, tal como dos internacionais. “Se todos os investidores — pelo menos os mais importantes, estão a integrar critérios de sustentabilidade, esta vai ser uma importante mudança. Vamos ter de incorporar estes critérios [ambientais, sociais e de bom governo corporativo] nas nossas atividades. Com algum sentido de urgência, diria”, afirmou Isabel Ucha.
A Euronext lançou, em outubro, um novo segmento dedicado à dívida verde (green bonds) e criou novos índices acionistas dedicados ao ESG. Por haver uma “forte procura”, dois terços dos índices criados no ano passado tinham estes critérios, como explicou Isabel Ucha. “Este é o contexto, do qual vão resultar vencedores e vencidos. Temos de escolher de que lados estamos“, acrescentou Moreira da Silva.
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