Operações internacionais da Fidelidade já são 21% do negócio

Crescimento orgânico dos prémios em 10% nos mercados onde já estava, adicionados a 550 milhões de prémios da adquirida companhia peruana La Positiva, confirmam a expansão internacional da seguradora.

Cerca de 23% da produção da Fidelidade é obtida nos negócios internacionais revelam dados provisórios da seguradora. Consolidando pela primeira vez em 2019 a La Positiva, companhia peruana em que a Fidelidade detém 51% do capital, o volume de prémios emitidos no estrangeiro atinge os 890 milhões de euros no conjunto dos nove mercados em que atua.

André Cardoso tem pelouro internacional da Fidelidade: “Temos dado muita atenção à diáspora da comunidade chinesa no mundo, seja no apoio às famílias ou empresas”.

“A entrada na América Latina representou um marco importante para a Fidelidade e significou uma mudança com implicações organizacionais muito relevantes” refere a ECOseguros André Cardoso, membro da comissão executiva com pelouro internacional, acrescentando que “a prioridade agora passa sobretudo por integrar de forma adequada as novas operações, assegurando a materialização do seu valor”.

Os negócios do grupo estabelecidos pré-América Latina registaram crescimentos de 25% no último ano quanto a emissão de prémios: Macau duplicou para mais de cem milhões de euros, França cresceu 9% para 74 milhões, Angola – apesar da crise económica e da desvalorização cambial -subiu 17% para 54 milhões, Cabo Verde e Moçambique apresentaram bom crescimento, embora tenham pequena expressão.

Em 2019 o único mercado que estagnou foi Espanha com 83 milhões de euros de produção. André Cardoso refere que “a operação em Espanha tem como propósito melhorar a proposta de valor para clientes da Fidelidade com operações Ibéricas e oferecer capacidade de servir os nossos clientes tanto em Portugal como em Espanha”. Nestes clientes estão incluídas as empresas chinesas no seu processo de expansão ibérica e europeia e que a Fidelidade está a acompanhar”.

Ainda em relação aos clientes internacionais André Cardoso explica que “o crescimento da Fidelidade não assenta apenas nas comunidades Portuguesas, longe disso”, diz o gestor acrescentando que “no que toca ao Ramo Não Vida, a Fidelidade está entre as cinco maiores seguradoras em vários dos países onde opera como em Angola, Cabo Verde, Macau, Perú e Bolívia”, afirmando que “só é possível estar entre as cinco maiores seguradoras de um país e ter um posicionamento de liderança sendo generalista e servindo as populações locais de forma abrangente”.

O novo nicho de clientes asiáticos tem progredido, diz André Cardoso: “temos dado muita atenção à diáspora da comunidade chinesa no mundo, seja no apoio às famílias ou empresas”. Com essa intenção a Fidelidade abriu em Lisboa o China Desk, um gabinete específico para esta comunidade, com uma oferta de produtos e serviços específicos e com atendimento em mandarim. Em 2019 a companhia abriu um escritório de representação em Pequim para alargar o apoio a esta comunidade. “Este modelo de negócio pode ser alargado a outras comunidades relevantes”, garante André Cardoso.

Em relação aos ramos escolhidos nos mercados, o gestor afirma que “face ao total dos prémios de 340 Milhões de euros em dezembro 2019 (sem consolidar La Positiva), aproximadamente 55% são prémios Vida”, ou seja, bastante em linha com anos anteriores”. A Fidelidade “é uma seguradora generalista nos diferentes mercados onde opera, por isso tem uma oferta Vida e acordos de distribuição bancária em todos os países onde opera”, conclui.

Segundo André Cardoso, de entre os ramos Não Vida e tal como em Portugal, os ramos tradicionais são os mais expressivos: “Automóvel, obrigatório na generalidade dos países, o Multiriscos e Incêndio, o Acidentes de Trabalho, e mais recentemente o Saúde”. O gestor salienta o seguro de Saúde tem vindo a ganhar maior representatividade nas operações do grupo, “em linha com o desenvolvimento de infraestruturas médicas nos respetivos mercados e com a exigência crescente de maior qualidade de serviços médicos nos diferentes mercados”, acrescenta.

Crescimento internacional é metade orgânico e metade por aquisições

Analisando 2019 com um perímetro comparável ao de 2018 – antes de La Positiva – a Fidelidade cresceu de 271 para 340 milhões de euros de produção. No conjunto das diferentes operações, o crescimento verificou-se tanto em Não Vida (14% para 154 milhões de euros) como em Vida (38% para 186 milhões de euros). Com este crescimento orgânico das operações internacionais o peso estrangeiro seria de 10% (6% em 2018).

No entanto, com a aquisição de La Positiva, quando os dados provisórios desta forem integrados no grupo, a produção total será de cerca de 3,85 mil milhões de euros e a parcela internacional atingirá os 890 milhões, uma quota de cerca de 21% (a 23%) para os negócios totais da Fidelidade.

Fontes: Fidelidade e ASF

O grupo considera ainda que esta aposta internacional tem contribuído para a melhoria de indicadores económicos e financeiros nos últimos cinco anos período em que a situação líquida consolidada aumentou 64%, passando de 1,9 mil milhões de euros para 3,1 mil milhões de euros. Também influiu na rentabilidade operacional com o rácio combinado a melhorar de 99% para 96,7%. E, por último, para o aumento dos ativos sob gestão da Companhia que aumentaram 21%, de 13,9 mil milhões de euros para 16,8 mil milhões de euros.

A compra de 51% da La Positiva, ainda em 2018, por 93,5 milhões de euros, abriu também portas a outros países sul americanos, uma vez que La Positiva, que é a 4ª maior seguradora do Perú, detém participações financeiras na Bolívia (40,5% na Allianza Generales, e 27,5% na Alianza Vida, 37,5%) e no Paraguai, onde tem uma quota de 14,8% na Alianza Garantia.

Inquirido André Cordeiro sobre a expansão internacional do grupo, afirma que “a Fidelidade mantém-se atenta a novas oportunidades que possam surgir em mercados referenciados como sendo de elevado interesse” e que segundo este membro do Conselho Executivo “são aqueles mercados em que pelo crescimento económico ou pelo potencial de crescimento do mercado segurador, acreditemos que a Fidelidade tem um papel a desempenhar”, conclui.

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