TAP com prejuízos de 105,6 milhões de euros em 2019

A companhia aérea nacional registou 105,6 milhões em prejuízos em 2019, resultado do investimento de mais de 1,5 mil milhões na renovação da frota.

Naquele que foi “um ano de investimento e transformação” para a TAP, a empresa registou um prejuízo de 105,6 milhões de euros, tal como o ECO já tinha adiantado em primeira mão. Em comunicado, a companhia aérea justifica este desempenho (que melhorou ligeiramente face a 2018) com o investimento de mais de 1,5 mil milhões de euros na renovação da frota.

Apesar destes prejuízos, observou-se uma ligeira melhoria face a 2018, um “ano difícil”, em que o resultado líquido negativo foi de 118 milhões de euros. A TAP ressalva que a compra de “30 novas aeronaves e a saída de 18 antigas” teve um impacto financeiro negativo de 55 milhões no resultado do ano. Ainda assim, “a renovação da frota foi determinante, no segundo semestre, para melhorar a eficiência e a satisfação do cliente”.

“A TAP foi a empresa que mais investiu em Portugal em 2019, tendo registado mais de 1,5 mil milhões de euros em investimento, incluindo a compra de 30 aviões novos, que permitiu a renovação de 70% da frota de longo curso num só ano”, refere a empresa, acrescentando que terminou 2019 com “uma das frotas do longo curso mais jovens do mundo”. Ainda nesse ano, inaugurou 11 novas rotas e contratou cerca de 900 novos trabalhadores.

Este investimento contribuiu para um aumento de 28% das contribuições e impostos ao Estado, “passando de 257 milhões de euros por ano para 328 milhões de euros, nos últimos quatro anos (um acréscimo de 71 milhões de euros por ano)”.

Atualmente, a empresa diz que o Grupo TAP é “um dos maiores empregadores em Portugal” e, nos últimos quatro anos, criou cerca de 2.000 postos de trabalho, totalizando 10.617 no ano passado, “todos eles altamente qualificados”.

Num ano em que a satisfação do cliente melhorou cerca de 45%, a TAP “investiu ainda fortemente na pontualidade”, que subiu seis pontos percentuais para os 99,2%, com menos 1.400 voos cancelados face a 2018. “Contudo, a falta de investimento na capacidade do aeroporto de Lisboa e o congestionamento do espaço aéreo tiveram o efeito contrário e impactaram negativamente em aproximadamente nove pontos percentuais a pontualidade” das operações. Devido à “ineficácia da infraestrutura”, a empresa foi “penalizada entre 30 milhões de euros a 35 milhões de euros”.

Ainda no ano passado, ano em que transportou mais de 17 milhões de pessoas, a companhia nacional refere que “a consolidação do turnaround implementado em 2018 na ME Brasil permitiu atingir, pela primeira vez um EBITDAR positivo, que contribui para as contas do Grupo no valor de 3,1 milhões de euros”. O “resultado operacional passou de prejuízo de 44 milhões de euros em 2018 para lucro de 58,6 milhões de euros em 2019”, refere o comunicado.

Estes resultados são referentes ao Grupo TAP porque, se apenas forem tidos em conta os resultados da TAP S.A., o prejuízo é de 95,6 milhões de euros, conforme consta no comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Mercado norte-americano já é o terceiro maior da TAP

A TAP foi a empresa europeia que “mais cresceu nas rotas para a América do Norte em 2019”, tendo registado um aumento de 31% em número de passageiros transportados, um total de 1,04 milhões de passageiros, mais 247.000 do que em 2018. A empresa sublinha que cresceu em todos os mercados no que toca ao número de passageiros, contudo, destaca a expansão na América do Norte.

Nos últimos quatro anos, a TAP passou de três rotas e 16 frequências semanais em 2015, para nove rotas e 56 frequências semanais em 2019. Com sete novas rotas no mercado norte-americano, o aumento de passageiros transportados entre 2015 e 2019 foi de 179%, refere o comunicado. A aposta neste mercado continua e, ainda este ano, a empresa planeia operar para 11 rotas e 82 frequências semanais para a América do Norte.

O crescimento no mercado norte-americano foi “bem planeado e executado” e, atualmente, cinco das sete rotas do longo curso mais rentáveis da TAP estão na América do Norte. Nos últimos quatro anos, este mercado “mais do que duplicou o seu peso relativo no total das receitas de passagens da TAP, correspondendo atualmente a 14% do total de receitas de passagens”, tendo-se tornado o terceiro maior mercado gerador de receita.

O investimento nesta região permitiu “compensar a volatilidade do mercado brasileiro, que tem dado sinais de recuperação nos últimos meses”.

(Notícia atualizada às 8h37 com mais informação)

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