“Fui surpreendido” com a decisão de Paulo Fernandes, diz Mário Ferreira. Cofina cancela OPA à TVI

Mário Ferreira seria o segundo maior acionista do grupo Cofina/TVI, foi convidado a entrar no aumento de capital, está "surpreendido" com o fim da operação e remete decisão para Paulo Fernandes.

Mário Ferreira era um dos novos investidores no aumento de capital da Cofina para financiar a aquisição da TVI, operação que foi cancelada esta madrugada. Em declarações ao ECO, o empresário diz-se surpreendido com a decisão, mas remete quaisquer explicações para Paulo Fernandes, o líder da Cofina que estava a liderar a operação.

“Fui convidado para entrar no aumento de capital e agora fui informado de que a operação não se realizaria”, diz Mário Ferreira. Confessa-se surpreendido pela decisão na 25ª hora — até porque as informações disponíveis no mercado apontavam para o sucesso do aumento de capital da Cofina –, mas remete explicações sobre a decisão para Paulo Fernandes. “O engº Paulo Fernandes estava a liderar todo o processo, se decidiu não avançar é porque tem informação relevante, que eu não tenho, que o levou a desistir do negócio”, afirma o empresário.

O que comunicou a Cofina, esta madrugada? Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) a empresa liderada por Paulo Fernandes diz que o negócio da compra da TVI caiu por terra e apresenta duas razões:

  1. Não conseguiu completar o aumento de capital destinado a financiar a operação;
  2. Dada a “deterioração das condições de mercado” provocada pelo coronavírus, a empresa diz que não é possível o “lançamento de uma oferta particular para colocação das ações sobrantes”.

Outras fontes, contactadas pelo ECO, afirmam que o aumento de capital de 85 milhões de euros estava praticamente concluído, faltando, no último dia do prazo, menos de cinco milhões de euros, que poderiam ser redistribuídas pelos atuais acionistas e por Mário Ferreira, por isso, consideram que a estratégia de Paulo Fernandes será outra: Perante as contas da Media Capital de 2019 — 55 milhões de prejuízos — e as perspetivas de revisão do crescimento económico para 2020 em resultado do coronavírus, Paulo Fernandes poderá estar a preparar-se para comprar a dona da TVI, mais tarde, a um preço inferior àquele que pagaria agora, cerca de 205 milhões de euros (dívida incluída). Ou, em alternativa, terá voltado a admitir sair do negócio da comunicação social, com a venda da Cofina, operação que já esteve em cima da mesa nos últimos anos, por exemplo com um negócio com a Altice, que também caiu na 25ª hora.

Para já, o mercado está a penalizar por esta decisão. A Cofina está a afundar em bolsa. As ações da empresa de media, que foram suspensas de negociação após anunciar o fracasso do aumento de capital que levou à desistência da OPA sobre a dona da TVI, regressaram à negociação a cair mais de 13% na bolsa de Lisboa.

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