Konica Minolta faz câmaras que medem temperatura. Espera mais procura com a crise
Face à pandemia do Covid-19, o diretor geral da Konica Minolta Portugal e Espanha está convicto que as câmaras que permitem detetar a temperatura das pessoas podem ser a próxima tendência.
Vasco Falcão, diretor geral da Konica Minolta Portugal e Espanha, está a gerir 690 pessoas em teletrabalho, o que não é uma grande novidade para o gestor. “Sou responsável pelos dois países e já é habitual trabalhar de onde quer que seja. Para além disso na empresa já temos práticas de teletrabalho o que acabou por facilitar esta transição para o momento que estamos a viver hoje”, refere.
“Diria que o grande teste foi a carga de pessoas que ficaram em teletrabalho, nunca tentámos este regime com todos os colaboradores em simultâneo, explica Vasco Falcão. Perante o desafio, garante ao ECO que o feedback está a ser “extremamente positivo”.
A Konica Minolta começou por ser uma empresa de lentes há 150 anos, mas com o evoluir dos tempos e da tecnologia, a multinacional japonesa viu-se obrigada a adaptar-se. “Atualmente é um player da transformação digital”, refere o diretor geral.
“O que nós fazemos é ajudar os clientes a transformar processos que são muito analógicos ou muito físicos em processos digitais”, diz Vasco Falcão. Exemplifica: “uma das coisas que vendemos aos nossos clientes é a possibilidade de digitalizar toda a documentação que têm e colocá-la numa cloud privada com total segurança e acessibilidade”, refere Vasco Falcão, um dos entrevistados da nova rubrica diária do ECO chamada Gestores em Teletrabalho.
Para o diretor geral da Konica Minolta Portugal e Espanha, os negócios que a empresa tem vindo a desenvolver “permitem aos clientes navegarem entre o mundo físico e o digital”.
Mais procura por câmaras que medem a temperatura
O gestor que trabalha na empresa desde 2008, explica ao ECO que para além da gestão dos documentos têm outras ofertas, nomeadamente conseguir “retirar dados das imagens”. O gestor conta que a empresa tem uma tecnologia de câmaras de segurança e videovigilância que permitem, por exemplo, detetar a temperatura das pessoas que estão a circular“, destaca o diretor geral. Chama-se Mobotix e “é um dos produtos que está a ter bastante procura e as empresas estão a começar a aderir”. Questionado se esta pandemia pode estar a ter efeitos na procura deste produto, Vasco Falcão refere que “as pessoas estão a descobrir que têm essa necessidade, o que antes não existia”.
Vasco Falcão está convicto que quando voltarmos todos ao trabalho vão existir muitas entidades a aderir a este tipo de câmaras e “pode até passar a ser obrigatório no caso dos escritórios, tribunais, hospitais, entre outros. Qualquer pessoa que apareça com febre vai ser logo isolada para não voltarmos a ter este tipo de situações”, diz.
Espanha “vai ter impacto” em Portugal
Vasco Falcão vive em Madrid há dois anos e conta ao ECO que “os portugueses estavam mais alerta para o risco do Covid-19 que a população espanhola. Em Espanha olha-se muito para o país e para o que está a acontecer internamente e não se dá grande relevo ao que se passa no mundo“, destaca o diretor geral da Konica Minolta Portugal e Espanha.
Espanha e Itália são os dois países mais afetados pelo coronavírus no continente europeu. Vasco Falcão considera que “em Espanha as pessoas têm outros hábitos, andam mais na rua e existem mais contactos”. Dá mesmo um exemplo e refere que no fim de semana no Dia da Mulher estava a trabalhar em Madrid e que “havia manifestações e milhares de pessoas na rua numa altura em que Portugal já havia muito pouco movimento”.
Outra das grandes diferenças, na ótica do gestor, é a forma com Portugal e Espanha encararam esta pandemia. “Enquanto em Portugal as pessoas começaram a ter sinais de Covid-19 ligam para a SNS24, em Espanha ligavam para o 112, a dada altura este número de emergência bloqueou devido ao excesso de chamadas e só depois é que criaram um número alternativo, mas já a situação estava com números de infetados muito altos “, evidencia Vasco Falcão.
O gestor da multinacional destaca ainda que “Espanha é um parceiro muito importante para Portugal e que esta situação do ponto de vista económico vai ter um impacto muito grande no nosso país”. Vasco Falcão conclui que “uma guerra não provoca uma paragem no mundo inteiro (…) isto nunca aconteceu e nunca nenhum gestor viveu este cenário nem em tempos de guerra”.
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