Covid-19: seguradoras francesas somam 3,2 mil milhões em medidas excecionais
A duração e escala de uma epidemia pode afetar todos os setores e ter impacto tal na atividade económica global que torne as consequências não seguráveis, avisa a FFA depois de contabilizar o esforço.
As medidas das seguradoras que operam em França para ajudar à superação da crise pandémica (covid-19) ascendem já a cerca de 3,2 mil milhões de euros, estima a federação do setor.
Com vista a apoiar os seus segurados face às consequências da crise sanitária, as seguradoras tomaram uma série de medidas extracontratuais e solidárias destinadas às populações e empresas mais expostas, que totalizam 1,75 mil milhões de euros, cifra a organização explicando que metade deste esforço é dedicada a micros e pequenas empresas, artesãos e comerciantes.
Adicionalmente, a indústria seguradora duplicou a sua participação no Fundo de Solidariedade criado pelas autoridades públicas para ajudar aqueles empresários e profissionais, elevando a sua contribuição para 400 milhões de euros, informou a FFA.
“Face a esta crise sem precedentes e prolongada, o setor tem vindo a desenvolver esforços excecionais para ajudar as empresas e os particulares mais vulneráveis a ultrapassar esta crise. Reafirmamos a nossa vontade de participar na solidariedade nacional e de antecipar o fim da crise dentro dos limites dos nossos meios”, afirma Florence Lustman, presidente da Fédération Française d’Assurance (FFA) citada na comunicação.
As companhias decidiram também manter as garantias das apólices até ao final das restrições impostas pelo governo, mesmo para os casos de incumprimento com pagamento dos prémios.
A outra metade dos 1,75 mil milhões abrange seguros dos profissionais de saúde, as pessoas particularmente expostas ao vírus devido ao seu estado de saúde e ao ajustamento dos contratos para todos os segurados em situação de confinamento. Por último, toda uma série de medidas destinadas a setores específicos (construção, empresas não alimentares, reparação automóvel, etc.) foram tomadas coletivamente por todo setor ou pelas seguradoras mais interessadas.
Além disso, acrescenta o comunicado da FFA, “enquanto investidores de longo prazo, as seguradoras francesas comprometeram-se perante os poderes públicos a apoiar a recuperação económica do país”, criando um “programa de investimento global de, pelo menos, 1,5 mil milhões de euros, na maioria com recurso a capitais próprios“, em especial a favor das médias empresas, das PME e do setor da saúde.
Por último, em coordenação com o Ministério da Economia e das Finanças, a federação francesa de seguro deu os primeiros passos para uma proposta concreta de criação de um regime de seguro contra os grandes riscos de saúde do tipo Covid-19 que proporcionará uma melhor proteção em caso de uma nova catástrofe sanitária, nota ainda a organização.
No entanto, em comunicado subsequente, a entidade assume que “quase todos os contratos que abrangem empresas (perdas de exploração, rutura da cadeia de abastecimento, cancelamento de eventos, incumprimento de entrega de encomendas, etc.) excluem o evento do surto”. De facto, reconhece a FFA, “dependendo da sua duração e escala, uma epidemia pode afetar todos os setores e ter impacto na atividade económica global, tornando as suas consequências económicas não seguráveis”.
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