Ano novo? 12 desejos para 2017
- Mariana de Araújo Barbosa, Rafaela Burd Relvas, Elisabete Felismino, Ana Luísa Alves e Tiago Varzim
- 1 Janeiro 2017
CEO's, banqueiros, empresários e empreendedores partilham com o ECO um desejo para o ano novo.
Saúde, amor, trabalho, dinheiro. Viagens, mais tempo livre, menos preocupações. Escreveu a sua lista de desejos para o ano novo?
O ECO desafiou gestores, empresários e empreendedores a partilharem um desejo de ano novo. O resultado são 12, correspondentes às 12 passas que se comem antes da meia-noite.
Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde
“Gostaria que Portugal crescesse. A prioridade fundamental é colocar o país a crescer do ponto de vista económico. A mais longo prazo, para que Portugal consiga encarar a globalização como uma oportunidade, é preciso trabalhar nas fundações: a educação. Desejo que possamos crescer economicamente e, com esse dinheiro, investir nas fundações de um Portugal diferenciador e preparado para a globalização. Isso é investir nos jovens. Temos a geração mais bem preparada de sempre. É preciso investir nos cérebros dessa geração e, com isso, promover a inovação e a diferenciação de Portugal no futuro.”
Nuno Carvalho, CEO d’A Padaria Portuguesa
“Os meus grandes desejos para 2017 são a resolução da guerra na Síria e que a Europa saiba receber e reintegrar os refugiados. As imagens que as televisões passaram ao longo de 2016 não me saem da cabeça. Sou grande fã do Guterres e acredito mesmo que possa fazer diferença na questão dos refugiados.”
Maria João Carioca, presidente da Euronext
“Voltando à banca, o meu maior desejo é que 2017 seja um ano em que se propiciem condições para as empresas se capitalizarem, para terem estruturas financeiras equilibradas e para crescerem em tranquilidade. As condições têm vindo a reunir-se e há uma série de dossiês que se têm estabilizado. Espero que 2017 seja o ano em que voltamos a ter uma banca equilibrada e em condições de apoiar ainda mais a economia. A banca nunca deixou de apoiar a economia, mas tem sofrido.
"Mas é também preciso estabilizar tudo aquilo que vai para além da banca, porque o mercado vai muito para além da banca, e as empresas têm de olhar para alternativas. O que melhor serve as empresas é uma solução de equilíbrio.”
Esse deve ser o foco das empresas no próximo ano: uma visão completa sobre as alternativas que têm. A própria banca precisa que as empresas tenham essa noção de equilíbrio de capital. Não posso esperar melhor para 2017 do que olhar para o fim do ano e ver empresas mais sólidas, mais bem capitalizadas e ver o reflexo que isso pode ter para a economia como um todo. Não se cria emprego quando não se cresce e não se cresce sem capital.”
Manuela Veloso, professora da Universidade Carnegie Mellon
“Desejo que o número de estudantes que conseguem terminar o curso e não desistem seja maior. Que o número de pessoas que permanecem nos cursos superiores seja maior. Que o número de pessoas que permanecem nas pós-graduações e doutoramentos seja maior. Que seja sempre maior, de forma a que o conhecimento aumente. É preciso investir na educação e na investigação, para que o conhecimento aumente, para que a alegria aumente e para que as pessoas se sintam mais realizadas.”
Daniel Traça, diretor da Nova School of Business and Economics
“Espero que o elo mais fraco do desenvolvimento de Portugal seja fechado: o crescimento económico. Desejo que encontremos uma forma de dinamizar o crescimento económico de Portugal no curto prazo e que esse crescimento de curto prazo tenha uma fórmula que permita torná-lo sustentável e que gere uma década de crescimento em Portugal.
Isso deve ser feito em duas partes. Por um lado, há que criar um ambiente de estabilidade para dinamizar a atração de investimento. Depois, garantir que essa estabilidade seja associada a uma estratégia baseada na internacionalização da economia. Ou seja: uma estabilidade que permita às empresas, nacionais e estrangeiras, fazer planos de longo prazo em Portugal; e uma estratégia, à qual nos possamos agarrar nos próximos 10 ou 15 anos, que permita a Portugal encontrar o seu papel no mundo. As bases estão lançadas, é preciso que os resultados comecem a chegar.”
Nuno Amado, presidente executivo do BCP
“A melhoria do rating de Portugal.”
Cristina Ferreira, empresária e apresentadora de televisão
“Para mim, dá para pedir tempo? Assim mais uma hora ou duas por dia? Para o país, acima de tudo gostaria de ver otimismo. Gostava de ver pessoas com capacidade para enfrentar desafios, acreditando neles, sem medos, sem achar que somos pequeninos. Nós não somos, de facto, o lugar onde nascemos e podemos sempre acrescentar algo à nossa vida. Podemos sempre percorrer as estradas que estejam abertas e fechadas porque abrimos os portões quando queremos. Portanto, acima de tudo, queria ver garra nas pessoas. Quando isso se consegue, o país evolui.”
Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto
“Espero que 2016 seja o ano que marque o princípio do fim do centralismo”.
Artur Santos Silva, chairman do BPI
“Que, no nosso país, arranque o crescimento do investimento privado, contribuindo decisivamente para acelerar a redução do desemprego. Que a Europa se reencontre como espaço privilegiado de afirmação dos valores democráticos e da solidariedade.”
António Rios Amorim, presidente da Corticeira Amorim
“Para 2017 desejo um dólar forte e uma estabilidade de política e de políticas”.
António Pedro Vasconcelos, cineasta
“Os meus desejos são quiméricos! É um sonho desejar que os países da União Europeia, sobretudo os da zona euro, encontrem novos líderes que deem à Europa um rumo que recupere o melhor da herança dos 30 gloriosos anos — e dos chamados pais fundadores do que viria a ser a UE –, em que a justiça social e o Estado de direito se consolidaram.
Pelos vistos, o mundo só acorda quando é acossado; e é triste pensar que, se não fosse a Guerra Fria e a ameaça nuclear, não teríamos vivido esses anos gloriosos de paz e de progresso que as pessoas da minha idade olham com nostalgia.
Perante o desnorte total com que a Europa e os próprios Estados Unidos têm lidado com o que chamaram levianamente ‘A Primavera Árabe’, perante a capitulação dos Estados perante o que chamam “os Mercados”, perante a ameaça da falência eminente do sistema bancário por toda a Europa, desde que as leis que nos protegiam dos seus abusos foram abolidas por Clinton, nos finais dos anos ’80, e o capital se tornou global e mais forte que o poder dos Estados, os riscos de implosão das democracias ocidentais é mais grave do que a Bomba Atómica.
O que eu desejo? Que o mundo acorde antes que seja tarde, que tome medias drásticas para pôr em prática os Acordos de Paris para travar a poluição letal do Planeta e que os cidadãos pressionem os Estados (enquanto têm poder para isso) para abandonarem os Acordos do CETA e do TTIP, que iriam consagrar definitivamente o poder absoluto dos grandes grupos económicos sobre os cidadãos indefesos e os governos que supostamente os deveriam defender.”
João Barros, CEO da Veniam
“Desejo que milhões de pessoas concluam que a política é demasiado importante para ser deixada para os políticos e se lancem ativamente em projetos políticos nas suas comunidades locais, nacionais e internacionais, de forma a garantir que conseguimos, em conjunto, gerar e utilizar conhecimento e consenso necessários para ultrapassar os impasses e conflitos reinantes e resolver as questões centrais do nosso tempo: o aquecimento global e a desigualdade social.”
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