Governo diz que 20.000 empresas pediram acesso às linhas de crédito. 12.000 pedidos já foram processados
O Governo revelou que 20.000 empresas pediram acesso às linhas de crédito criadas para reduzir o impacto da pandemia na economia e no mercado laboral, tendo já sido processados 12.000 pedidos.
O ministro da Economia e Transição Digital, Pedro Siza Vieira, revelou que 20.000 empresas se candidataram a receber apoio das linhas de crédito criadas pelo Governo por causa da pandemia do coronavírus. Cerca de 12.000 pedidos já foram processados.
Em declarações transmitidas pela RTP3, Pedro Siza Vieira afirmou ter “a consciência” de que o trabalho feito para permitir às empresas avançarem para lay-off ou recorrerem a crédito num momento de paragem económica foi “um esforço muito grande em muito pouco tempo”. “Já se candidataram mais de 20.000 empresas” às linhas de crédito e “já foram processados cerca de 12.000 pedidos de apoio ao financiamento por parte das sociedades de garantia mútua”, apontou.
“Julgo que todos os empresários também reconhecerão que nunca se teve processos tão simplificados, tão alargados e tão automáticos de apoios”, continuou o ministro. “Se calhar, toda a gente gostava de que, com o mínimo de formalidade, simplesmente se passasse um cheque a qualquer empresa que se apresentasse. Mas também sabemos que é preciso ter o cuidado de assegurar que os apoios financeiros chegam aos destinatários que são definidos e assegurar também que são aplicados da forma que foram concebidos”, constatou.
À semelhança de muitos países em todo o mundo, Portugal continua sujeito a medidas de isolamento social dos cidadãos que têm penalizado fortemente a economia. Estas medidas visam evitar a propagação de um novo coronavírus que teve origem na China em dezembro de 2018 e que já infetou milhões de pessoas em todo o mundo, resultando em mais de 200 mil mortes e resultando numa pandemia à escala global.
Empresas vão ter de “investir” em segurança
Esta segunda-feira, em visita a uma empresa têxtil em Paços de Ferreira, o primeiro-ministro deu indicações sobre a reabertura gradual da economia a partir de maio, mas salientou que o fim do estado de emergência não significará “um regresso à normalidade”. Estimando a descoberta de uma eventual vacina em um ano ou ano e meio, o chefe do Governo disse que, até lá, a sociedade e as empresas terão de aprender a viver com o vírus. Estas últimas terão mesmo de “investir” na proteção dos seus trabalhadores.
“Para conviver com este vírus, temos que saber que ele é perigoso e que temos de nos proteger. E que temos o dever de cada um cuidar de si e do outro”, disse António Costa, em declarações também transmitidas pela RTP3. Com efeito, o Governo tem estado a definir com cada setor de atividade “quais são as normas” a implementar nesta fase de retoma, no plano da higienização e da segurança. “É um esforço que tem de ser pedido aos trabalhadores, às empresas e ao Estado”, assumiu.
Desta forma, o primeiro-ministro avisou que as linhas de apoio à tesouraria servem para “ajudar as empresas a sobreviverem”, mas também a “fazerem alguns investimentos que são fundamentais para melhorar a proteção individual”. Entre eles, por exemplo, a aquisição de máscaras de proteção individual, equipamentos de desinfeção ou mesmo a reorganização do layout das fábricas, de forma a permitir um maior “afastamento” dos trabalhadores.
António Costa também admitiu “baixar um nível” nas medidas de contenção da pandemia do novo coronavírus, mas se for preciso, voltará atrás repondo medidas mais restritivas. “Segundo as informações que temos, o consenso é que podemos, neste momento, descer um nível. A normalidade plena da nossa vida só voltará a existir quando houver vacina, o que só acontecerá daqui a um ano ou ano e meio. Vamos ter de praticar normas de distanciamento durante muito tempo, o que não o quer dizer que tenhamos de estar permanentemente em estado de exceção constitucional”, explicou, durante visita à Petratex, a empresa que cocriou e produziu o famoso fato usado pelo campeão olímpico Michael Phelps.
No entanto, o primeiro-ministro frisou que “caberá ao Presidente da República avaliar se é ou não necessário manter o estado de emergência”
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