Avaliação das casas cai pela primeira vez em quatro anos
Valor mediano a que os bancos estão a avaliar os imóveis para efeitos de concessão de crédito caiu para 1.110 euros, em março. Efeitos da pandemia já se fazem sentir.
O valor que os bancos atribuem às casas para efeitos de concessão de crédito aliviou de máximos, em março, sofrendo o primeiro recuo dos últimos quatro anos. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor do metro quadrado situou-se nos 1.110 euros, em termos medianos, interrompendo um ciclo de crescimento que já ia em 48 meses. Dados do INE diferem, contudo, face aos divulgados nos meses anteriores, justificando-se com alterações da metodologia utilizada.
“O valor mediano de avaliação bancária foi 1.110 euros em março, menos 1 euro que o observado no mês precedente“, avança o INE, acrescentando que “este valor representa uma descida de 0,1% relativamente a fevereiro e um aumento de 10,3% face ao mesmo mês do ano anterior”.
Os dados divulgados pelo gabinete de estatísticas público nesta segunda-feira revelam, contudo, uma alteração na forma de contabilização da evolução da avaliação bancária dos imóveis em Portugal. Até ao último mês, esta era feita com base na média do preço do metro quadrado a que eram avaliados os imóveis. Agora, passa a ser feita com base no valor mediano de avaliação bancária, sendo ainda considerada a área bruta em vez da área útil. Alterações visam permitir a comparação deste indicador com outros ligados a este setor. Ao passar a considerar a área bruta, de maior dimensão, o valor do preço do metro quadrado passa a ser necessariamente mais baixo.
Avaliação das casas cai pela primeira vez desde janeiro de 2016
Fonte: INE
No quadro da nova metodologia, é percetível, uma quebra do valor a que os bancos avaliam os imóveis para efeitos de disponibilização de crédito à habitação, com este a refletir já os efeitos da pandemia que se instalou em Portugal em março, com o reporte do primeiro caso de contágio.
“A informação deste destaque, respeitante a março, já deverá refletir parcialmente efeitos da pandemia Covid-19, quer no comportamento do índice de preços quer na quantidade de informação primária disponível para compilar o índice”, refere precisamente o INE no início do destaque estatístico.
Considerando a nova metodologia, o valor mediano de 1.110 euros/m2 fixado em março representa a primeira quebra mensal desde janeiro de 2016, sendo que em fevereiro o indicador estava em máximos de pelo menos o início de 2011. Ou seja, o primeiro ano a que remonta o novo histórico.
Valores em Lisboa e Algarve sobem. Igualam preços na liderança
De forma desagregada, a avaliação das casas baixou sobretudo mais a Norte do país. Foi o caso da região Norte e Centro, onde a mediana do valor dos imóveis fixou-se nos 960 e 818 euros/m2, respetivamente, com quebras de 0,2% e 0,6% face a fevereiro. O Alentejo também viu esse indicador baixar 1,7%, para os 804 euros/m2.
No quadro da nova metodologia, as casas na Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve passaram a partilhar a liderança dos valores mais elevados do país, após um crescimento em março. Nesse mês, a avaliação mediana fixou-se nos 1.483 euros/m2, nas duas regiões do país, máximos do histórico considerado. Registaram subidas de 0,2% e 1,2%, respetivamente, face aos valores de fevereiro.
As maiores subidas foram, contudo, registadas nas Regiões Autónomas da Madeira (+2,2%) e Açores (+1,3%), respetivamente, para 1.138 e 908 euros/m2.
(Notícia atualizada às 12h00)
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