BRANDS' TRABALHO Motivação remota ou remotamente motivado

  • BRANDS' TRABALHO
  • 25 Maio 2020

Rui Correia, Senior Manager EY, People Advisory Services, fala dos desafios em manter as equipas motivadas em teletrabalho e deixa quatro dicas.

Apesar de para muitos de nós ser uma novidade, que nos foi trazida de um dia para o outro por causa de um vírus, o trabalho remoto é praticado por muitas organizações há anos e há um amplo conhecimento sobre os seus desafios na motivação individual.

Para muitos líderes, março de 2020 marcou a primeira vez que tiveram que lidar com a repentina mudança da sua equipa para um modo de trabalho remoto e baseado em ferramentas colaborativas. Se numa primeira fase, a preocupação foi assegurar a logística para trabalhar de casa, passado dois meses, quando começamos a equacionar o gradual regresso, começam a sentir-se os primeiros sinais de cansaço e de desmotivação – há estudos que revelam que muitos trabalhadores querem permanecer, por comodidade ou receio de voltar, em trabalho remoto, enquanto outros desejam regressar ao escritório o mais rapidamente possível.

O confinamento leva a que o contacto com outras pessoas seja reduzido e a forma radical com que esta mudança se deu, leva ao limite a motivação e estabilidade emocional das pessoas.

"Para além do isolamento, a Pandemia trouxe incerteza económica e pressão emocional que potenciam inércia.”

Rui Correia

Senior Manager EY

A questão que se coloca hoje é “como motivamos as pessoas que agora trabalham em casa?” Como compensar a falta da ligação que se cria informalmente enquanto nos cruzamos para ir beber café e comentamos uma série da Netflix, ou falamos dos filhos? Ou os momentos frente a um flipchart a desenhar um plano?

As pessoas começam a acusar o cansaço de dois meses em que o trabalho foi sobretudo tático – resolver o urgente, sem pensar em novas soluções ou no futuro – o que aumenta a sensação de incerteza e urgência.

As equipas começam também a sentir a dificuldade que é manter a motivação nestas circunstâncias, ao mesmo tempo que se dão conta de que é muito mais fácil e provável ficarem mais horas à frente dos seus computadores do que ficavam antes, o que aumenta o isolamento.

Neste momento, é importante perceber que a força de trabalho enfrenta desafios ao nível da sua motivação e equilíbrio mental. Para além do isolamento, a Pandemia trouxe incerteza económica e pressão emocional que potenciam inércia.

Motivação remota
“Sem motivação remota, os trabalhadores não ficam nem remotamente motivados”, refere Rui Correia.Photoboyko/Getty Images

O que devem as organizações e os líderes fazer?

  1. As pessoas querem saber que a organização se preocupa. Realizar um inquérito de sentimento e recolha de preocupações tem um enorme impacto no que diz respeito a motivação. Prova que as pessoas importam e a organização as quer ouvir.
  2. Manter um trabalho normal, fugindo à tentação de apenar pedir tarefas táticas, imediatas, reduz a ansiedade face ao futuro.
  3. Manter contacto diário com as equipas, através das ferramentas colaborativas que nos permitem um “quase” face a face ajuda a que se mantenha um espírito de equipa.
  4. Sessões periódicas regulares de comunicação informal, ou uma Happy Hour (bebidas opcionais) ajudam a manter o espírito de entreajuda e conhecimento informal que se diluiu com o isolamento.

Temos de reconhecer que sem motivação remota, os colaboradores não ficam nem remotamente motivados.

São as organizações que conseguirem melhor compreender e lidar com esta realidade – que se conseguirem adaptar – que terão mais sucesso no futuro pós-Covid.

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