TAP retoma 27 voos semanais em junho. Regressa a Nova Iorque, Luanda e Maputo
A TAP vai passar a realizar 27 voos por semana em junho, um plano que abrange destinos como Nova Iorque, Luanda e Maputo. Em julho, quer ter 19% da operação que tinha antes da pandemia.
A TAP vai voltar a operar um total de 27 voos semanais até ao final de junho. A empresa pretende voltar a assegurar dois voos por semana para Nova Iorque (EUA) e um voo por semana para Maputo (Moçambique) e passam a ser diárias as ligações entre Lisboa e Madeira, de acordo com o plano de retoma de operações publicado esta segunda-feira no site da companhia aérea portuguesa e que pode ser consultado na íntegra no final deste artigo.
A partir de dia 15 de junho, a TAP prevê também o regresso de um voo semanal para Luanda (Angola) e, segundo informações complementares enviadas ao ECO, espera que no mês seguinte, em julho, seja possível “retomar um total de 19% do que era a sua operação normal” antes da pandemia do coronavírus. Isso corresponde, segundo a empresa, a um total de 247 voos por semana em julho, altura em que terão passado quatro meses desde que o surto do coronavírus praticamente paralisou o negócio.
O número de voos que a TAP vai operar até fim de junho e julho ainda fica muito aquém dos 3.000 voos semanais que a TAP chegou a realizar antes da pandemia. No entanto, representa um aumento expressivo face aos 18 voos semanais que a TAP opera desde o passado dia 18, número que manterá até ao fim do mês de maio. É também um sinal de tentativa de retoma da normalidade possível, à medida que os países vão aliviando as medidas de confinamento implementadas em meados de março.
Fonte oficial da TAP recorda que, “ao longo do mês de maio, foram sendo progressivamente adicionadas operações para Londres [Reino Unido] e Paris [França], entre o Porto e Lisboa e, ainda, desde o dia 18, dois voos por semana para S. Paulo e um voo por semana para o Rio de Janeiro [ambos os destinos no Brasil]”. Assim, em junho, planeia repor mais alguns voos intercontinentais, levando a cabo “uma reposição de atividade mais significativa” até fim de julho. Ainda assim, o grupo reconhece que é um nível de atividade “ainda muito longe do que era” registado antes da atual crise sanitária.
A empresa salienta que a lista de rotas “pode ser ajustada sempre que as circunstâncias assim o exijam”. Por outras palavras, os planos poderão sofrer alterações consoante a evolução de vários fatores. O mais significativo é mesmo o da evolução da pandemia no mundo, à medida que o desconfinamento gradual vai permitindo apurar qual o grau de risco de surgir uma segunda vaga da pandemia, como tem sido apontado pelos especialistas e pelas autoridades de saúde.
Julho será um mês de aceleração nesse desconfinamento, o que também se reflete no plano de retoma da TAP. Nos voos intercontinentais, “aumenta a operação para o Brasil, com a reposição de voos para Recife e Fortaleza, para os Estados Unidos” (é retomada a operação para Boston e Miami), para o Canadá (Toronto) e para África, “onde são recuperadas as ligações para Praia, São Vicente e Dakar”, destaca fonte oficial da empresa.
“Destaca-se ainda que, à partida do Porto, além das ligações que já estão a ser realizadas para Lisboa, que aumentarão para três por dia, em julho serão já repostas as ligações diretas do Porto aos principais mercados de destino e origem de passageiros da TAP desde o aeroporto Francisco Sá Carneiro”, salienta a mesma fonte, que acrescenta que “será possível voar diretamente entre o Porto e Paris, Luxemburgo e a Madeira”. Faro conta com a reposição de dois voos por dia para Lisboa.
A mesma fonte aponta, por fim, que a TAP “continuará a trabalhar com o objetivo de repor a sua operação de forma tão ágil e rápida quanto o permitam o levantamento das restrições à mobilidade e viagens das pessoas, nomeadamente de avião, e na medida em que a procura dê, também ela, sinais de recuperação”.
Esta notícia é avançada no dia em que o Governo publicou em Diário da República a portaria que revoga os limites à lotação no transporte aéreo de passageiros. Até aqui, os aviões não podiam transportar mais do que dois terços da capacidade de transporte normalmente prevista, mas passam a poder voar sem restrições a partir de 1 de junho. O Governo justifica a revogação da medida com o facto de as limitações à lotação máxima nos aviões não fazer parte das recomendações internacionais de medidas de combate ao Covid-19, pelo que o Executivo considera que a mesma “não se justifica”.
TAP à espera de mil milhões de euros
O plano de retoma da atividade da TAP, ainda que parcial, surge numa altura crítica para a companhia aérea portuguesa. Com a pandemia a travar a fundo o mercado do transporte aéreo de passageiros, a empresa — detida em 50% pelo Estado, 45% por um consórcio privado controlado por Humberto Pedrosa (grupo Barraqueiro) e David Neeleman e 5% por trabalhadores — está à espera de uma injeção de capital de, pelo menos, 1.000 milhões de euros, esperando-se também um empréstimo de emergência para garantir que não haverá incumprimentos.
Depois de vários anos de prejuízos, a administração da TAP viu-se forçada a recorrer ao mecanismo do lay-off simplificado no final de março, pouco antes do auge da pandemia no país, de forma a garantir postos de trabalho. Através deste mecanismo, a empresa recebeu apoio da Segurança Social para pagar salários a 90% dos colaboradores, tendo reduzido a operação a mínimos históricos. Na semana passada, o regime de lay-off na TAP foi prolongado pela segunda vez, agora até ao final de junho.
O prolongamento do lay-off surge depois do anúncio de outras medidas para melhorar a situação financeira da TAP. Entre elas, a “suspensão ou adiamento de investimentos não críticos, renegociação de contratos e prazos de pagamento, corte de despesas acessórias, suspensão de contratações de novos trabalhadores e de progressões e a implementação de programas de licenças sem vencimento temporárias, as quais continuam a ser implementadas”.
Plano de retoma de voos da TAP até final de julho:
(Notícia atualizada pela última vez às 19h15)
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