Rio: “Dificilmente estarei de acordo” com ajuda que o Governo está a preparar para a TAP
O presidente do PSD afirma que não deverá apoiar um empréstimo obrigacionista à companhia aérea. Em alternativa, sugere um aumento de capital acompanha por um reforço da presença do Estado na gestão.
O presidente do PSD antecipou esta segunda-feira que não vai apoiar a solução de apoio do Estado à TAP. Apesar de os moldes concretos ainda não serem conhecidos, Rui Rio está contra um empréstimo obrigacionista e sugere, em alternativa, um aumento de capital e reforço dos poderes públicos na gestão da da companhia aérea.
“Para aquilo que eu prevejo que vai acontecer, dificilmente estarei de acordo”, disse Rio, em entrevista à TVI. “O que eu prevejo é que vai haver um empréstimo de cariz obrigacionista provavelmente em que se a TAP não pagar transforma-se em ações e o Estado fica então com os tais 60% ou 70% ou 80 % da empresa”, explicou.
O Governo está a trabalhar com a administração da TAP numa operação de capitalização da companhia que é detida em 50% pelo Estado, em 45% pela Atlantic Gateway e estão 5% nas mãos de trabalhadores. O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, disse ainda esta segunda-feira que o Governo está a aguardar resposta do acionista privado na TAP, a Atlantic Gateway, sobre as condições do Estado para a intervenção na companhia.
O empréstimo, que deverá ser superior a mil milhões de euros, poderá acontecer através de obrigações convertíveis em ações. É esta a hipótese que o líder da oposição condena, dizendo que “aí o Estado só passa a mandar na empresa face ao capital que lá meteu se a empresa estiver tão mal que já nem isso consegue pagar”.
“É preciso capitalizar a TAP. É preciso fazer um plano de negócio e ver se tem ou não viabilidade. É dificílimo de fazer porque não sabemos como está o mercado, mas temos de o fazer para que o dinheiro que lá entre não seja dinheiro que vai potenciar pôr lá mais dinheiro daqui por um ano ou dois anos”, afirmou o social-democrata à TVI. “Não podemos permitir que seja um buraco que já se percebeu que vai ser“.
Defende, em sentido contrário, um aumento de capital. “Se os privados não acompanham a capitalização da empresa, se o Estado mete e eles não metem ou se o Estado mete muito mais, é o Estado que tem naturalmente de gerir a TAP“.
Aliás, Rio não poupou críticas à gestão privada da empresa, desde o polémico plano de retoma das rotas após a pandemia aos resultados. Questionado sobre se a gestão era má, o político respondeu: “Muito boa não foi porque se fosse não tinha os prejuízos que teve”.
Já em relação aos comentários de Pedro Nuno Santos sobre uma eventual insolvência da companhia aérea, Rio deixou em aberto. “Se perante o plano de negócios, for evidente que não se consegue salvar a TAP, ficamos numa situação complicada“, disse apenas.
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