Preços das casas dispararam mais de 10% antes da pandemia
Os preços das casas continuam a subir, tendo aumentado 10,3% no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período do ano anterior. Mas vendas caíram face à pandemia.
Os preços das casas não param de acelerar em Portugal. No primeiro trimestre do ano, os preços de venda das casas subiram 10,3% face ao período homólogo, revela o Instituto Nacional de Estatísticas nesta terça-feira, tendo também acelerado face ao trimestre anterior. Mas as vendas caíram, com os efeitos da pandemia a fazerem-se sentir.
“No 1º trimestre de 2020, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) cresceu 10,3% em termos homólogos, mais 1,4 pontos percentuais (p.p.) que no trimestre anterior. Neste período, os preços das habitações existentes aumentaram a um ritmo superior ao das habitações novas, 10,6% e 8,9%, respetivamente”, diz o gabinete público de estatísticas.
Em relação ao trimestre anterior, o índice cresceu 4,9%, uma forte aceleração face ao avanço de 0,7% registado no último trimestre do ano passado. Em cadeia, trata-se mesmo da maior subida de preços do histórico do INE que se inicia no primeiro trimestre de 2009. É salientado ainda que o aumento dos preços foi mais expressivo no caso das novas (6,0%) por comparação com as existentes (4,7%).
Evolução do Índice de Preços da Habitação
Fonte: INE
Vendas caem com primeiros efeitos da pandemia
Contudo, no que diz respeito ao número de casas vendidas foi registada uma quebra. No total a nível nacional, entre o início de janeiro e o final de março, foram transacionados 43.532 imóveis. Trata-se de uma redução de 11,6% (menos 5.700 imóveis) face ao último trimestre do ano passado, e uma quebra de 0,7% (menos 294 imóveis) face ao período homólogo.
O primeiro trimestre de cada ano é habitualmente marcado por uma redução no número de transações de casas. Mas a quebra homóloga registada no primeiro trimestre deste ano interrompe um ciclo de subidas consecutivas que se verificava desde 2016. E a qual não pode ser dissociada das consequências da pandemia que quase paralisou também o mercado imobiliário.
“O comportamento das vendas de habitações neste trimestre poderá ter sido condicionado pelas restrições impostas pelo estado de emergência, decretado a 19 de março, no contexto da pandemia Covid-19″, diz precisamente o gabinete público de estatísticas.
“Enquanto em janeiro e fevereiro de 2020 se observaram aumentos homólogos do número de transações (9,4% e 3,5%, respetivamente) e do respetivo valor (21,5% e 13,5%, pela mesma ordem), em março o número de transações e o respetivo valor reduziram-se 14,1% e 3,3% face ao mesmo mês de 2019“, especifica o INE.
Em termos de valor global nacional das transações, este ascendeu a 6,755 mil milhões de euros nos três primeiros meses do ano, o que constitui uma redução de 2,5% face ao recorde de 6,93 mil milhões de euros verificado no trimestre anterior. Em termos homólogos, verifica-se um aumento de 10,4%.
Valor das vendas em Lisboa atinge recorde
Em termos regionais, a Área metropolitana de Lisboa voltou a concentrar o maior número de vendas de imóveis. Estas ascenderam a 15.433 habitações nos três primeiros meses do ano, representando 35,5% do número total (uma ligeira subida de 0,1 p.p. face ao mesmo período de 2019) e o peso relativo regional mais elevado desde o segundo trimestre de 2018.
A alienação desses imóveis foi feita a um valor global de 3,2 mil milhões de euros, correspondente a 47,8% do total, e a um recorde do histórico do INE.
Na região Norte, foram transacionados 12.168 imóveis, concentrando 27,9% das transações do país, que foram feitas por um valor global de 1,6 mil milhões de euros correspondente a uma quota de 23,3%.
Já no Centro foram alienadas 7.974 casas por um total de 786 milhões de euros. Em termos do montante de vendas efetuadas seguiram-se o Algarve (713 milhões de euros) e o Alentejo (235 milhões de euros). Na Região Autónoma dos Açores e na Região Autónoma da Madeira os valores das transações ascenderam a 81 milhões de euros e a 134 milhões de euros.
(Notícia atualizada às 12h00)
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