Tensão entre EUA e China penaliza entusiasmo em Wall Street
Principais bolsas norte-americanas preparam-se para fechar o trimestre com fortes ganhos, mas a sessão está a ser ligeiramente negativa.
Wall Street negoceia em terreno ligeiramente negativo na última sessão do mês, mas não deverá falhar um forte ganho no trimestre. Numa altura em que o índice de referência S&P 500 se prepara para o melhor trimestre desde 1998, o otimismo dos investidores está a ser penalizado pelo renascimento das tensões entre EUA e China.
“Apesar de os traders estarem cautelosamente à aguardar o próximo catalisador, também estão a manter uma rédea curta no risco antes do fim de semana prolongado“, explicou Stephen Innes, markets strategist da AxiCorp, à Reuters.
Além do fim do trimestre, os mercados norte-americanos estão também a antecipar o feriado do Dia da Independência dos EUA, a 4 de julho, que é sempre uma altura de menor liquidez nas bolsas do país. Isto enquanto tentam lidar com o risco da incerteza gerada pela pandemia.
“O risco relacionado com a Covid-19 ainda é um fator importante e os investidores não estão a comprar a baixos preços de forma agressiva“, refere Innes. Num cenário de elevada volatilidade, há novo agravamento na relação entre EUA e China, depois de Washington ter anunciado que vai retirar Hong Kong da lista de territórios com estatuto especial nos termos da legislação norte-americana.
“Se o ambiente entre os EUA e a China continuar a deteriorar, o mercado poderá não ficar feliz, mas como se sabe muito pouco ainda, ainda não está a ter muito impacto”, considera Robert Pavlik, chief investment strategist da SlateStone Wealth, em declarações à Reuters.
O Dow Jones cai 0,32% para 25.515,12 pontos, enquanto o financeiro S&P 500 recua 0,11% para 3.049,81 pontos e o tecnológico Nasdaq desliza 0,01% para 9.873,53 pontos. Após um tombo no segundo trimestre causado pelo coronavírus, os três índices acumulam fortes ganhos desde março, de 16,7%, 18,4% e 28% respetivamente.
O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, vai esta tarde ao US House of Representatives Financial Services Committee, tendo já alertado para a “extraordinária incerteza” em relação ao outlook económico global. As declarações do banqueiro central poderão ainda dar novo impulso às bolsas nas últimas negociações do trimestre.
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