Dívidas dos hospitais aumentaram 27 milhões por mês
Orçamentos apertados fazem com que os gestores dos hospitais públicos adiem o pagamento das dívidas. Só às empresas de dispositivos médicos, o SNS deve quase 400 milhões.
As dívidas ao Estado português no setor da Saúde aumentaram no ano passado. Entre janeiro e novembro de 2016, os pagamentos em atraso dos hospitais públicos aumentaram mais de 27 milhões de euros por mês, de acordo com a Direção-Geral do Orçamento.
A culpa é dos orçamentos limitados que ‘obrigam’ os gestores a adiarem o pagamento das dívidas hospitalares. Em outubro, a dívida geral do Serviço Nacional de Saúde aos fornecedores era superior aos 1,7 mil milhões de euros, segundo os dados da Administração Central do Sistema de Saúde. Um valor 15% superior do que o registado em 2015. Só em termos de pagamentos em atraso estavam contabilizados 763 milhões de euros, de acordo com o Público, ou seja, mais 312 milhões de euros face ao período homólogo do ano anterior.
Em novembro de 2016, os hospitais públicos deviam mais de 926 milhões de euros às farmacêuticas, empresas de medicamentos e de diagnóstico in vitro, o valor mais alto do ano passado, e às empresas de dispositivos médicos a dívida era de 381 milhões.
Para o vice-reitor da Universidade Nova de Lisboa, Pedro Pita Barros, o importante é “perceber que existe um problema permanente de criação de dívida pelos hospitais”, dado que as dívidas elevadas do Estado não são de agora. Em 2012, o governo de Pedro Passos Coelho transferiu mais de dois mil milhões de euros para regularizar uma parte da dívida que ascendia os 3,2 mil milhões de euros, “o que resulta de um problema de gestão profundo e que em sido transversal a muitos governos”, acrescenta Pita Barros.
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