Ocean Winds é a nova joint-venture da EDP Renováveis e Engie

  • Lusa
  • 21 Julho 2020

Chama-se Ocean Winds e é a nova parceria da EDP Renováveis com a francesa Engie para a criação de uma joint-venture focada no mercado eólico offshore.

A EDP Renováveis e a francesa Engie, que fecharam uma parceria no ano passado no segmento das eólicas, lançaram uma nova sociedade, a Ocean Winds, controlada em partes iguais pelos dois grupos, segundo um comunicado.

“A nova sociedade, sediada em Madrid, será o instrumento exclusivo de investimento em oportunidades de energia eólica ‘offshore’ a nível mundial e é a primeira marca a ser criada com recurso ao som do vento em mar alto” lê-se na mesma nota.

Esta joint-venture, no setor da energia eólica fixa e flutuante, “será o instrumento de investimento exclusivo para captar as oportunidades de energia eólica offshore a nível mundial e irá tornar-se num dos cinco principais operadores mundiais, ao combinar a capacidade industrial e de desenvolvimento da EDP Renováveis e da Engie”, asseguraram os dois grupos, no comunicado.

A Ocean Wind conta com “uma vantagem estratégica e está bem posicionada para desempenhar um papel de relevo no mercado offshore”, de acordo com a mesma informação, que recordou que a EDP Renováveis e a Engie “vão unir os seus ativos eólicos offshore, começando com um total de 1,5 GW [gigawatts] em construção e quatro GW em desenvolvimento, tendo como meta alcançar cinco a sete GW de projetos em operação ou em construção e cinco a 10 GW em desenvolvimento avançado até 2025”.

A empresa tem como objetivo os “mercados da Europa, Estados Unidos e algumas regiões da Ásia, de onde deverá vir a maioria do crescimento”, referem as duas acionistas.

A constituição de uma empresa “que combina a experiência e os recursos de ambas as empresas vai dar-nos a oportunidade de liderar o setor nesta transição cada vez mais real e necessária”, referiu Spyros Martinis, presidente executivo da Ocean Winds, citado na mesma nota. A empresa deverá contar, quando se concretizar o seu lançamento, com mais de 200 colaboradores e estima atingir os 300 até ao final do ano, com uma equipa de 15 nacionalidades, “sendo que quase um terço são mulheres e 99% terão contratos de trabalho fixos”.

Em maio do ano passado, a EDP e a Engie anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento estratégico para criar uma joint-venture, controlada em partes iguais, no segmento eólico offshore, fixo e flutuante. Em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP informou que “a nova entidade será o veículo exclusivo de investimento da EDP, através da sua subsidiária detida em 82,6%, EDPR [Renováveis], e da ENGIE para oportunidades eólicas ‘offshore’ em todo o mundo e passará a ser um dos cinco maiores operadores a nível global na área”.

Esta parceria surge cerca de um ano depois de a imprensa francesa noticiar que a Engie estaria interessada na aquisição da EDP, adiantando existir contactos entre os dois grupos. Na altura, em abril de 2018, o então presidente executivo da EDP, António Mexia, disse à agência Lusa que as notícias sobre negociações com a Engie eram “histórias” e “realidade virtual”, garantindo que “não existe nada” e que “a EDP controla o seu próprio destino”.

Cerca de um mês depois, a principal acionista da elétrica portuguesa, a China Three Gorges, anunciava a intenção de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP (e a EDPR).

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