Competências Verdes aprendem-se no CEiiA
A caminhar para uma economia verde, neutra em carbono e circular, torna-se evidente que é necessário capacitar todos os jovens com estímulos que os permitam pensar, inovar e decidir de forma “verde".
O ensino da sustentabilidade ainda não está presente de forma transversal e integrada quer no ensino secundário quer no ensino superior. Existem autores que afirmam que esta ausência temática nos currículos escolares está a contribuir para uma maior desigualdade no futuro, uma vez que, hoje, esse tipo de conhecimento é dado através de cursos específicos com propinas significativas.
Estando nós a caminhar para uma economia verde, neutra em carbono e circular, torna-se evidente que é necessário capacitar todos os jovens com estímulos que os permitam pensar, inovar e decidir de forma “verde”. Se não o fizermos, estamos a criar um gap de competências futuras, em que aqueles com menos capacidades financeiras acabarão por ficar menos aptos para o futuro. E isso não faz sentido nem é justo.
Com o objetivo de ajudar os jovens a serem cidadãos ativos, capazes de mobilizar ideias que ajudem a resolver problemas da sociedade, através do desenvolvimento novos produto ou serviços nas áreas da descarbonização das cidades e da preservação dos oceanos, o CEiiA lançou um estágio de verão intitulado “Sustainable Living Innovators – SLI”. Este estágio tem duas áreas de atuação: a Young edition e a Graduate edition.
Na SLI Young Generation o público-alvo são jovens do ensino secundário com ambições em desenvolver mais estudos nas áreas da engenharia, economia, direito entre outras. Existiram várias dezenas de candidatos mas, este ano, apenas 12 jovens puderam participar neste estágio de verão de duas semanas, que ocorre no CEiiA, no Porto. Os 12 jovens reúnem-se todos os dias presencialmente, cumprindo todas as recomendações da DGS, não deixando assim que a pandemia bloquei oportunidades para pensar diferente e conhecer novas pessoas.
Inserido no âmbito do programa Ciência Viva, este curso de verão propõe-se a orientar os jovens para a valorização do conhecimento e tecnologia em prol da qualidade de vida e sustentabilidade do Planeta. Está focado no desenvolvimento de conhecimento sobre sustentabilidade, bem como no desenvolvimento de competências em metodologias de investigação, liderança e trabalho em equipa, que permita aos estudantes caracterizar um problema e desenvolver um novo conceito associado a novo produto ou serviço na área da descarbonização das cidades e preservação dos oceanos. Neste programa existem sessões de ciência, sustentabilidade, tecnologia, inovação que se complementam com momentos que desenvolvem a criatividade, as emoções e a componente artística.
Acredita-se que desta forma os jovens conseguem ganhar uma consciência mais ativa sobre o seu papel como agente de mudança na sociedade, ligando essa mudança à inovação e à tecnologia.
Por outro lado, o SLI Graduate Edition, está orientado para estudantes universitários. Foca-se no desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais (como a liderança, trabalho em equipa e a valorização do conhecimento), que lhes permita concretizar todas as fases do processo de desenvolvimento de um novo produto ou serviço pensado a partir da sustentabilidade (da ideia ao protótipo e à sua valorização no mercado) na área da saúde. Acredita-se que as sinergias entre engenheiros e médicos poderão originar novos produtos ou serviços de saúde altamente tecnológicos, e que tudo isso deverá ter uma abordagem de sustentabilidade desde a origem dos materiais à sua reciclabilidade.
Este programa ocorre no âmbito do programa FCT verão com ciência, com a duração de 3 meses, onde os alunos têm 2 semanas de formação com professores do IST e da Universidade do Minho, e o restante tempo estarão residentes no CEiiA onde irão desenvolver o plano de inovação e desenvolvimento associado ao produto ou serviço que ambicionam criar.
Num contexto de incerteza relativamente à evolução da pandemia e de aposta numa recuperação verde, programas desta natureza são fundamentais para democratizar o acesso à educação sobre sustentabilidade, de forma a preparar as novas gerações para serem verdadeiros agentes de mudança que nos ajudem a realizar a transição, mais acelerada, para uma economia verde, circular e inclusiva.
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