Canadá promete retaliar protecionismo dos EUA em relação ao seu alumínio
“O Canadá vai responder de maneira rápida e contundente”, garantiu a vice-primeira-ministra canadiana, em resposta às novas taxas alfandegárias impostas pelo EUA ao alumínio canadiano.
O Governo do Canadá anunciou, esta sexta-feira, que vai aplicar taxas alfandegárias a importações provenientes dos EUA como retaliação pela decisão do vizinho sulista de reaplicar taxas de 10% sobre as compras de alumínio canadiano.
A vice-primeira-ministra canadiana, Chrystia Freeland, afirmou em conferência de imprensa que o seu Governo vai abrir um período de consultas, durante um mês, para determinar que produtos metálicos dos EUA vão ser objeto de direitos alfandegários.
A panóplia de produtos que podem vir a ficar sujeitos a este agravamento na alfândega é ampla e inclui latas de refrescos e cerveja, máquinas de lavar e materiais de construção. “O Canadá vai responder de maneira rápida e contundente”, garantiu Freeland.
Segundo a vice-primeira-ministra, os produtos que venham a ser afetados pelo aumento das taxas alfandegárias vão ter um valor estimado de 3,6 mil milhões de dólares do Canadá (2,7 mil milhões de dólares dos EUA).
Ao anunciar na quinta-feira a reintrodução de direitos alfandegários de 10%, a Casa Branca justificou-se com a acusação ao Canadá de este ter desrespeitado o seu compromisso de “não inundar” o mercado dos EUA com o seu alumínio.
No início de julho, ao comentar os rumores sobre esta decisão da Casa Branca, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, disse que os EUA não tinham capacidade de produção suficiente e precisavam do alumínio canadiano para as suas indústrias automóvel e de alta tecnologia.
A Câmara Americana (dos EUA) do Comércio foi rápida a criticar o Presidente norte-americano, Donald Trump, afirmando que ia “aumentar os custos para os produtores” deste país, que a maior parte dos fabricantes de alumínio dos EUA” se opunha a estas taxas e que a decisão ia “gerar medidas de represália contra as exportações dos EUA”.
A medida protecionista da Casa Branca ocorre passadas poucas semanas da entrada em vigor do novo acordo de comércio livre entre EUA, Canadá e México, que começou a funcionar no início de julho, em substituição do de 1994.
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