Tensões entre Washington e Pequim pressionam Nasdaq

Com os investidores de olhos postos no pacote de novos estímulos à economia e nos dados do emprego recentemente conhecidos, Wall Street fechou sessão em terreno misto.

Os mercados norte-americanos terminaram a última sessão da semana com uma tendência mista. Os investidores estão preocupados com a desaceleração da criação de empregos nos Estados Unidos, mas também estão expectantes quanto ao novo pacote de estímulos que está a ser negociado no Congresso. As tensões entre Washington e Pequim pressionaram as bolsas.

O índice de referência em Wall Street, o S&P 500, desvalorizou 0,02% para 3.348,63 pontos, e o tecnológico Nasdaq caiu 0,92% para 11.006,34 pontos. Já o industrial Dow Jones avançou 0,13% para 27.421,62 pontos.

O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou, esta sexta-feira, os dados do emprego relativo ao mês de julho. A a maior economia mundial criou 1,76 milhões de postos de trabalho, superando as expectativas do mercado. Esse número compara, no entanto, com os 4.791 milhões de empregos criados em junho. Tudo somado, julho ultrapassou as estimativas, mas foi também sinónimo de um abrandamento significativo.

Os investidores estiveram também atentos ao Congresso dos Estados Unidos, onde estão a ser negociados os novos estímulos à economia. Algumas figuras políticas tinham apontado esta sexta-feira como prazo limite para conseguir um “sim” a esse pacote, mas ainda não há novidades nesse sentido. Por outro lado, os economistas citados pela Reuters indicam que os dados do emprego podem ter retirado alguma da pressão do Congresso e retirado alguma margem para divergências.

Na sessão desta sexta-feira, destaque ainda para os títulos da T-Mobile US Inc, que subiram 6,47% para 115,09 dólares, depois desta empresa ter visto o número de subscritores do seu serviço de telecomunicações aumentar mais do que se esperava. Por outro lado, as ações da Uber caíram 5,21% para 32,90 dólares, depois de a empresa ter apresentado os seus resultados trimestrais.

A pressionar os mercados esta sexta-feira estiveram, ainda, as crescentes tensões entre Pequim e Washington, em torno do Tik Tok. Na quinta-feira, o Presidente norte-americano assinou uma ordem executiva no sentido de banir todas as transações com a ByteDance, dona da rede social em causa, cuja operação nos Estados Unidos tem ser vendida até 15 de setembro ou terá de encerrar. Em reação, o TikTok ameaçou levar os EUA a tribunal, se a ordem viera mesmo a produzir efeitos. Donald Trump assinou ainda uma ordem semelhante no que diz respeito às transações com a WeChat, aplicação de mensagens desenvolvida na China.

Face a estes desenvolvimentos, as empresas chinesas cotadas em Wall Street registaram perdas: os títulos da Baidu Inc cederam 0,46% para 125,00 dólares, os do Alibaba Group 5,11% para 252,10 dólares e os do JD.com Inc 4,39% para 62,06 dólares.

No vermelho, ficaram também as ações da Microsoft. Caíram 1,79% para 212,48 dólares. De notar que esta gigante tecnológica está atualmente em negociações para adquirir a filial norte-americana do Tik Tok.

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