Belga Ageas cresce 31% em lucros até junho, beneficiando de extraordinários

  • ECO Seguros
  • 18 Agosto 2020

O grupo aponta o segundo trimestre como determinante para o resultado apresentado e realça os efeitos contrastantes da pandemia no comportamento dos negócios Vida e não-Vida.

A belgo-holandesa Ageas, cuja subsidiária em Portugal detém o 2º lugar entre as maiores (cerca de 17% quota em 2019, por volume total de prémios), apurou 791 milhões de euros de resultado líquido no primeiro semestre, em acréscimo de 31% relativamente ao alcançado um ano antes. O incremento de lucros beneficia dos ganhos extraordinários (332 milhões de euros de mais-valias) geradas com transações no quadro do seu programa de emissão de dívida híbrida de longo prazo, subordinada e convertível em capital de companhia (FRESHFloating Rate Equity-linked Subordinated Hybrid), detalha a instituição em comunicado.

Decompondo os resultados, 181 milhões de euros (+56% em variação face ao homólogo do ano anterior) constituem resultado líquido nos seguros não Vida, com progressão suportada por menor frequência de sinistros, devido ao confinamento imposto pela pandemia. Nos seguros do ramo vida, o resultado consolidado pela Ageas SA/NV encolheu 36%, para 310 milhões, afetado negativamente pelo efeito da pandemia sobre a atividade de investimento.

Saudando particularmente os bons resultados de abril a junho (339 milhões), que a empresa atribui ao “excelente desempenho” da área não Vida, Bart De Smet, CEO da companhia, antecipa: “Salvo impacto importante dos mercados financeiros nos próximos meses, estamos convencidos que poderemos chegar a um resultado próximo das nossas previsões iniciais, sem levar em conta o efeito pontual positivo do programa FRESH.”

Em termos de receitas, as entradas do negócio Vida recuaram 6% para 16,5 mil milhões de euros, refletindo atividade reduzida da atividade bancassurance na Bélgica e na Europa continental, enquanto não-Vida cresceu 3%, até 3,5 mil milhões.

O grupo terminou o semestre com rácio combinado a melhorar para 91,7%, um desempenho que reflete a desaceleração na “frequência de sinistros em consequência da Covid-19”. Na análise ao balanço, a Ageas SA/NV indica um rácio Solvência II nos 192% (ajustado do impacto das recompras no âmbito do FRESH).

Um ano antes, o rácio combinado era 95,7% e o de solvabilidade estava nos 201%. Por outro lado, além de crescer no resultado líquido, o balanço intercalar de janeiro a junho de 2019 (com 606 milhões de euros de lucro) também incluiu elementos não recorrentes, na altura relacionados com operação no Reino Unido e efeitos fiscais na Ásia.

O grupo Ageas Portugal (Ocidental Vida e Ocidental; Ageas Vida e não Vida e Médis) é o segundo maior no mercado português, atrás da Fidelidade, segundo números da APS relativos a 2019. Nesse ano, a empresa registou uma quebra total de 2%, para 2143 milhões de euros em volume de prémios, mas aumentou quota de mercado 0,6 pp, para 16,9%.

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