Bloco quer saber se “Lone Star está a enganar o Estado” no Novo Banco

Mariana Mortágua defende a divulgação imediata do relatório da auditoria da Deloitte pois não constam dados pessoais de clientes.

O Bloco de Esquerda considera que o que interessa agora é perceber se o fundo americano Lone Star está a enganar o Estado e os contribuintes, já que não encontrou essa resposta no relatório da auditoria da Deloitte ao Novo Banco. Mariana Mortágua defendeu que o documento deve ser público pois não fala em nomes de clientes.

“A auditoria diz-nos que em 2017, no momento em que se fez a venda e o Estado ficou com a responsabilidade de pagar o prejuízo do Novo Banco, mas os benefícios foram para o fundo Lone Star, nesse momento todos os créditos ruinosos que vinham do passado explodiram, registando perdas enormes”, começou por explicar a deputada bloquista.

Porém, prosseguiu, “o que a auditoria não nos diz é se essas perdas podiam ter sido evitadas. O que a auditoria não nos permite concluir é se o Lone Star está a enganar o Governo e os contribuintes, obrigando o Governo a pagar prejuízos que podiam ter sido evitados”.

Nesse sentido, Mariana Mortágua — em linha com o que também já defendeu o presidente do PSD — afirmou que “o que interessa agora agora é perceber se a Lone Star está a enganar o Estado português“. “Não encontramos essa resposta numa primeira leitura. Vamos fazer uma segunda leitura”.

“Não há razão para a auditoria continuar confidencial”

A Deloitte já concluiu o relatório final da auditoria ao BES e Novo Banco, apontando para perdas de mais de 4.000 milhões de euros com vários créditos, subsidiárias e outras operações. Após receber o documento, o Governo reencaminhou-o para diversas entidades, incluindo o Parlamento.

Segundo Mariana Mortágua, o relatório que chegou à Assembleia da República não apresenta dados pessoais dos clientes, razão pela qual o documento deve ser divulgado imediatamente.

Não há nenhuma razão para a auditoria continuar confidencial, não foi entregue aos deputados nenhum dado pessoal de clientes“, argumentou a deputada bloquista.

Embora o Parlamento não saiba quem são os beneficiários dos créditos ruinosos, “por causa de outras comissões de inquérito, podemos adivinhar quem são”. “São operações ligadas ao BCP, à Portugal Telecom, ligadas ao futebol”, atirou Mariana Mortágua. “Já ouvimos esta história noutros bancos”, acrescentou.

De acordo com a deputada do Bloco, já há dados suficientes para se concluir que os mecanismos de acompanhamento do Novo Banco falharam, pelo que é preciso substituir a administração do Novo Banco e do Fundo de Resolução.

(Notícia atualizada às 16h29)

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