Juro aumentou? A culpa é da inflação, diz Marcelo
O Presidente da República desdramatiza o facto de Portugal ter pago juros mais elevados para emitir dívida de longo prazo.
Portugal foi esta quarta-feira pela primeira vez, este ano, ao mercado de dívida para fazer uma venda sindicada de três mil milhões de euros. Pagou um juro médio de 4,227%, o nível mais elevado desde a saída da troika.
Em fevereiro de 2014, numa emissão comparável, Portugal tinha pago 5,112%. Já o ano passado, na emissão sindicada feita em Janeiro os juros foram de 2,973%.
Mas Marcelo Rebelo de Sousa desdramatiza o agravamento dos juros. E recorda que “Portugal conseguiu obter um financiamento apreciável no início do ano, garantindo parte substancial do que precisava”. Com a emissão, o país garantiu cerca de 20% das necessidades de financiamento para este ano.
Sobre o agravamento da taxa paga, o Presidente da República compara os juros de 4,2% desta quarta-feira com os juros de 3,2% que Portugal pagou há um ano. Para Marcelo, “temos de ter atenção que a inflação estava [há um ano] perto de zero e agora está a caminho de 1%”. Ou seja, ao valor dos juros “tem de ser abatido” a taxa de inflação, defende o Presidente.
Marcelo Rebelo de Sousa falava à margem do IV Congresso de Jornalistas que se realiza a partir desta quarta-feira em Lisboa.
Recordou ainda a reação dos mercados “ontem e hoje”, dizendo que “não há motivo para alarme”. “Depois da emissão, os juros [no mercado secundário] desceram abaixo dos 4%”, acrescentou.
A propósito desta emissão de dívida, António Costa classificou esta quinta-feira de “razoáveis” as condições de financiamento conseguidas nesta quarta-feira.
“O impacto que o leilão teve imediatamente nas taxas de juro foi o da sua redução. Penso que, conforme forem conhecidos os dados fundamentais da nossa economia e das nossas finanças, a evolução continuará positiva”, disse o primeiro-ministro a partir da Índia, onde realiza uma visita oficial que termina hoje.
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