“Carteira de imóveis era má, velha e ilegal”, diz Ramalho
Ramalho diz que se manteve em silêncio até à conclusão da auditoria "por questões éticas", mas agora que este foi conhecido garante que vai esclarecer as dúvidas dos deputados.
António Ramalho diz que a carteira de imóveis que o Novo Banco vendeu a desconto era “má, velha e ilegal”. Foi assim que o CEO do banco começou por explicar a operação de alienação de ativos que herdou do Banco Espírito Santo (BES), na audição parlamentar que está a decorrer esta terça-feira na Assembleia da República.
O CEO do Novo Banco lembra que estava obrigado a vender ativos imobiliários. Era uma carteira “má, velha e ilegal”. Má porque eram sobretudo residencial, velha porque tinham imóveis com mais de 20 anos e ilegal porque o banco tem de vender os imóveis em dois anos. “Se fizéssemos a venda caso a caso, demoraríamos 14 a 20 anos. A venda a pacote era inevitável“, apontou, recordando que também o BCP, a Caixa Geral de Depósitos, o BPI e o Santander fizeram estas vendas.
Esta foi a resposta às primeiras questões da audição. O deputado do PS João Paulo Correia se as “vendas ao desbarato” de ativos imobiliários estão a “lesar os interesses do Estado”, o que o banqueiro negou. O gestor rejeitou que o Novo Banco tenha vendido 13 mil casas a preço de saldo a um fundo com sede nas Ilhas Caimão, como noticiou o Público no final de julho. Explicou que eram oito mil casas e que o beneficiário último foram empresas portuguesas.
Ramalho diz que se manteve em silêncio até à conclusão da auditoria “por questões éticas”, mas agora que este foi conhecido garante que vai esclarecer as dúvidas dos deputados e voltará ao Parlamento sempre que as dúvidas subsistirem.
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