Portugal não deve aceitar “qualquer forma de ingerência ou de pressão”, defende Catarina Martins
Em reação às declarações do embaixador dos EUA em Lisboa, Catarina Martins disse que Portugal deve “ser muito firme em não aceitar qualquer forma de ingerência ou de pressão".
A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou esta segunda-feira que Portugal deve “ser muito firme em não aceitar qualquer forma de ingerência ou de pressão”, numa reação a uma entrevista do embaixador dos EUA em Lisboa.
“O Governo tem razão quando diz que são as autoridades portuguesas que tomam decisões. Era o que mais faltava haver algum tipo de tentativa de ingerência do Governo norte-americano nas decisões soberanas do nosso país”, afirmou Catarina Martins aos jornalistas, em Mangualde, no final de um encontro com trabalhadores da PSA.
Na sua opinião, é preciso “ser muito claro sobre quem toma as decisões, e quem as toma é o Estado português e os representantes do Estado português”.
É também preciso “ser muito firme em não aceitar qualquer forma de ingerência ou de pressão”, porque Portugal tem de ser “um Estado soberano, democrático, que se leva a sério”, frisou.
Os jornalistas questionaram Catarina Martins sobre as declarações proferidas pelo embaixador dos EUA, George Glass, em entrevista ao Expresso, publicada na edição deste sábado, em que defende que “Portugal tem de escolher entre os aliados e os chineses”.
Na entrevista, o embaixador norte-americano considera que “Portugal acaba inevitavelmente por ser parte do campo de batalha na Europa entre os Estados Unidos e a China” e alega que esta potência “é uma nova China, com planos de longo prazo para acumular influência maligna através da economia, política ou outros meios”.
Segundo George Glass, “nos últimos três anos” Portugal tem olhado para os EUA como “amigos” e “aliados” no domínio da segurança e defesa e para a República Popular da China como “parceira económica”.
O embaixador dos EUA defendeu que “não se pode ter os dois” e que os portugueses “têm de fazer uma escolha agora” entre “trabalhar com os parceiros de segurança, os aliados, ou trabalhar com os parceiros económicos, os chineses”.
“Quer dizer que, quando estamos a falar de infraestruturas críticas e necessidades de segurança nacional, não podem trabalhar com a China. Vimos isso com o início da implementação do 5G ? e o que isso significa para a segurança nacional ? e a forma como se trabalha com os aliados”, acrescentou.
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