Custos das seguradoras com sinistralidade automóvel descem 8% até agosto – APS
A pandemia covid-19 ajudou a reduzir acidentes rodoviários em 27%, face a 2019, empurrando a estatística para mínimo de 5 anos. Os custos das seguradoras com sinistros fixam quebra relativa inferior.
Os custos das seguradoras com sinistros do ramo automóvel somaram 749,4 milhões de euros até final de agosto, em decréscimo de 7,5% face a igual período do ano anterior, revelam dados agregados da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) representativos do conjunto das companhias que operam em Portugal.
Na estrutura do segmento não-Vida, o peso dos gastos com sinistros automóveis (descendo de 14%, em agosto de 2019, para 12% este ano) é apenas superado pela rubrica “acidentes e doença” que, em conjunto, representou 13,5% da estrutura (15,5% em agosto de 2019), representando 846,06 milhões de euros de custos de sinistralidade no acumulado dos primeiros oito meses de 2020.
Enquanto os sinistros dos ramos Vida totalizaram cerca de 4,28 mil milhões de euros, acrescentando 12,9% face ao período janeiro – agosto de 2019, em subida suportada sobretudo pelo incremento de quase 62% nos custos com PPR (Planos Poupança-Reforma), pelos quais as seguradoras desembolsaram 1618,4 milhões de euros. Em resultado, a parte dos ramos Vida representou 68,5% da estrutura agregada dos custos com sinistros no acumulado até agosto (65,5% um ano antes), enquanto os seguros não Vida viram o seu peso descer de 34,5%, em agosto de 2019, para 31,5% no mesmo mês deste ano. Em valor nominal, os custos com sinistros não Vida (cerca de 1972 milhões de euros) diminuíram 1,2%, em termos reais, face a igual período de 2019.
Os números da APS (agregando Vida e não Vida) indicam que os custos totais das seguradoras com sinistros somaram 6,25 mil milhões de euros no acumulado dos primeiros oito meses do ano, a crescerem 8% em termos reais face a igual período de 2019.
Num ano em que a quebra da sinistralidade já era sentida pelas seguradoras em maio, a redução do tráfego rodoviário refletiu as restrições de confinamento impostas pela pandemia (Covid-19). Neste sentido, a redução dos custos de sinistralidade será também, em parte, resultado do decréscimo no número de acidentes contabilizados pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) nos oito primeiros meses de 2020.
No mais recente relatório de sinistralidade rodoviária, a ANSR constatou (até final de agosto) uma redução nas principais variáveis de sinistralidade nas estradas de Portugal continental e Regiões Autónomas, comparativamente com período homólogo de 2019, verificando-se menos 6558 acidentes com vítimas (-27,0%), para um total 17696 sinistros (acidentes com vítimas), contabilizando-se menos 85 vítimas mortais (-24,2%), menos 397 feridos graves (-23,3%) e menos 8.831 feridos leves (-30,0%).
Restringindo os dados à evolução registada em território continental para os últimos cinco anos (2016 a 2020), observa-se que, pela primeira vez, o número de acidentes com vítimas desceu abaixo dos 17 mil este ano, depois dos 23208, do ano passado, 21901 no ano anterior, 22190 em 2017 e 21167 em 2016.
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